Para John Rawls uma sociedade é justa se seguir os seguintes três princípios:
(1) Princípio da liberdade:
a sociedade deve assegurar a máxima liberdade para cada pessoa
compatível com uma liberdade igual para todos os outros. Segundo este
princípio, o que é importante é assegurar liberdades (de expressão, de
religião, de reunião, de pensamento, etc.), que não devem ser violadas
em troca de vantagens económicas ou de outro tipo.
(2) Princípio da oportunidade justa:
as desigualdades económicas e sociais devem estar ligadas a postos e
posições acessíveis a todos em condições de igualdade de oportunidades.
De acordo com este princípio, deve-se promover a igualdade de
oportunidades, e as desigualdades na distribuição de riqueza são
aceitáveis apenas na medida em que resultam desta igualdade de
oportunidades.
(3) Princípio da diferença:
a sociedade deve promover a distribuição igual da riqueza, exceto se a
existência de desigualdades económicas e sociais gerar o maior benefício
para os menos favorecidos. A ideia é que se as desigualdades na
distribuição da riqueza acabarem por beneficiar todos, especialmente os
mais desfavorecidos, então justificam-se.
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Mas como é que Rawls justifica estes seus princípios da justiça?
Na posição original, com o véu de ignorância e seguindo a regra maximin, as partes escolheriam viver na sociedade (S2), pois o pior que lhes poderia acontecer seria melhor do que nas outras sociedades. As partes, ao seguirem a regra maximin, olham apenas para os mais desfavorecidos, querendo-lhes oferecer as melhores condições possíveis. Por isso, escolheriam os princípios (2) e (3). Serão estes argumentos plausíveis? Será que temos realmente uma sociedade justa se seguirmos os três princípios propostos por Rawls? | | ||||||||||||||||
Domingos Faria




