terça-feira, 28 de fevereiro de 2023
Texto para resumo e Ernesto 10A e Inês Lourenço 10I
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023
Texto para resumir Diana Teixeira 10I e Gabriela Marques 10A
Terá o mundo contemporâneo, valores?
«No passado, os Homens tinham certezas religiosas e morais. Toda a vida individual e social estava organizada em redor dessas crenças sagradas. Os seus símbolos de pedra, os monumentos religiosos, sobreviveram aos milénios. Tal como as estátuas dos deuses, os livros de inspiração divina. A grande mudança teve lugar com a Revolução Industrial. Então, a pouco e pouco, a banca, a bolsa, o arranha-céus de escritórios substituíram a catedral. Paralelamente à crise do sacro, difunde-se a recusa do conceito de pecado e, eventualmente, do conceito de culpa. As grandes revoluções contemporâneas, a libertação sexual, o feminismo, fizeram desaparecer muitas crenças e muitas normas consideradas imutáveis.
Já não existem tábuas da lei absolutas e imutáveis e muitos pensam, depois de Nietzsche, que os conceitos de bem e de mal se estão a desvanecer, tal como a ideia de demónio e da tentação.
Muitos pensadores laicos constatam que o pensamento progressista
triunfa hoje, mas como que despojado de valores. Ensina a não ser
fanático, a ser tolerante, racional, mas ao fazê-lo, aceita um pouco de
tudo, o consumismo, a superficialidade da moda, o vazio da televisão.
Não consegue, sobretudo, fazer despertar nos indivíduos uma chama que vá
para além do
mero bem-estar, um ideal que supere o horizonte de
uma melhor distribuição dos rendimentos. Não cria metas, não suscita
crenças. Não sabe fornecer critérios do bem e do mal, do justo e do
injusto. Desta forma, tudo se reduz à opinião e à conveniência pessoais.
Isto é o que os filósofos, os sociólogos e os observadores críticos continuam a dizer do nosso mundo.
E não restam dúvidas de que, em boa medida, as suas observações têm fundamento. Mas, em nosso entender, não tomam em consideração os valores positivos do mundo moderno, a sua moralidade específica.
Partamos da observação de alguns factos. A nossa sociedade tem
muitos valores reconhecidos, partilhados, não discutidos. Considera
negativamente a violência em todas as suas formas. A nossa sociedade
eliminou as formas mais brutais de abuso. Eliminou o duelo, as vinganças
privadas. Hoje, a pouco e pouco, está a eliminar os focos de guerra.
Combateu a doença e as dores físicas e mentais. Defendeu as crianças, os
velhos, os doentes, protegendo-os com uma rede de direitos. Combate os
preconceitos raciais, as discriminações étnicas. É certo que estas
coisas ainda existem, mas são condenadas e combatidas como nunca o foram
no passado. A nossa sociedade favoreceu a ciência, o conhecimento
objetivo, difundiu a instrução, procurou estabelecer a equidade social,
nivelando as diferenças mais agudas. Tornou-
-nos mais compreensivos
das necessidades dos outros, mais civilizados, mais amáveis. Fez com
que nos tornássemos mais conscientes em relação à natureza, à vida
animal, ao nosso próprio planeta. Também não é verdade que não sintamos o
dever. Sentimos como drama e dever a pobreza do Terceiro Mundo. Sabemos
que é nosso dever acabar com a miséria, com a fome, com os desgastes
provocados pelas doenças. Sabemos que é nosso dever dirigir o progresso
técnico para um equilíbrio ecológico que garanta a vida às gerações
futuras.
Não nos sentimos, de facto, para além do bem e do mal. Talvez sejamos hipócritas, mas damo-nos conta de que os desastres sociais e naturais são o produto do nosso egoísmo individual e coletivo.»
Francesco Alberoni e Salvatore Veca, O altruísmo e a moral. Lisboa: Bertrand, 1998.
domingo, 12 de fevereiro de 2023
Resumo de texto Diego Jansen 10A e Ângelo Lopes 10I
Paulo Gonçalves, um dos portugueses que participou no rali Dakar 2016, esteve em grande destaque na sétima etapa, depois de ter parado mais de dez minutos para ajudar Matthias Walkner — um piloto rival — que sofrera um acidente e partiu o fémur. Esta ação poderia ter custado a Paulo Gonçalves a liderança da classificação geral, mas ele não hesitou em parar para ajudar. Mais tarde, escreveria no Facebook:
Fiz aquilo que me competia. […] Não sou um herói, sou um ser humano com respeito pelos outros. A nossa vida vale mais que qualquer vitória, sem ela não vencemos.
O Público, onde li a notícia, refere que Paulo Gonçalves “protagonizou a boa ação do dia na sétima etapa do rali” (Pimentel, 2016).
As nossas ações podem ter várias características. Quando encaradas sob o aspeto pelo qual podem chamar-se boas ou más, têm um valor moral. Ao lermos as declarações de Paulo Gonçalves e a notícia do Público, formamos a crença de que é uma pessoa de valores, ou com valores, querendo com isto dizer que segue bons valores: foi solidário, bondoso e respeitoso com o seu rival. (...)
Mas o que são os valores? Qual é a sua natureza? As coisas têm valor porque as valorizamos, ou valorizamo-las porque têm valor? A axiologia, também chamada filosofia dos valores ou teoria dos valores, procura responder a estas perguntas. A axiologia estuda a natureza dos valores em geral, o significado e as características das afirmações que referem valores (os juízos de valor), analisa a possibilidade de esses juízos serem verdadeiros ou falsos e as condições em que o poderão ser
Os
filósofos discordam em relação ao que sejam os valores (como, de resto, em
relação a quase tudo). Uns pensam que os valores são ideias que existem apenas
na mente de quem neles pensa, outros pensam que os valores são realidades
abstratas com alguma independência dos sujeitos. Uma definição neutra e
consensual dos valores apresenta-no-los como “aquilo que nos leva a ter
preferência e interesse por algumas coisas, pessoas, ações, situações, etc., e
não por outras, e, por isso, a avaliá-las positiva ou negativamente” . Entendidos deste modo, os valores são critérios de
ação, orientam as nossas decisões, dão-nos uma linha de rumo:
Permitem avaliar pessoas e situações, e ajudam-nos a classificar as coisas como boas ou más, desejáveis ou indesejáveis, benéficas ou prejudiciais.
Os valores são diversos. Vão desde
as ações cotadas na bolsa — que têm um valor económico — aos mais elevados
valores morais, desde o copo de água, capaz de matar a sede, até ao que
pensamos que nos ajuda a aproximar-nos de Deus — como a fé. Dada a grande
diversidade de valores, é costume agrupá-los em áreas ou domínios. Entre os
mais estudados em filosofia, temos os valores éticos, os estéticos e os
religiosos. Valores como a bondade, a solidariedade, o respeito, a honestidade,
a lealdade, a justiça e a liberdade são valores éticos. Valores como a beleza,
a graciosidade, a harmonia e a elegância são valores estéticos. Valores como a
fé, o sagrado e a pureza são valores religiosos.
António Padrão
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023
Texto para resumo Beatriz Morais 10A e Ana Pereira 10I
Caravaggio, Os batoteiros (1594)
O subjetivismo moral é uma teoria filosófica muito comum, pois várias pessoas, mesmo sem saber, a adotam em determinadas situações. Quem já participou num debate envolvendo questões morais, com temas como a pena de morte ou aborto, já ouviu ou pensou, depois do debate, não haver um consenso, porque não existe certo e errado nessas questões como existe na ciência ou na matemática. Nesses casos, tudo é uma questão de opinião pessoal, cada um tem a sua e está correto no seu modo de pensar. Ao concluir isso, está a adotar uma teoria Metaética chamada de subjetivismo.
Imagine que uma pessoa qualquer afirma que
“a Terra é plana”. Tal afirmação é um juízo de facto que procura descrever como
é um determinado aspeto do mundo. Como ela não descreve adequadamente como o
mundo é, acaba por ser uma afirmação falsa. Nas afirmações descritivas como
essa existe, portanto, uma verdade e a pessoa que afirma algo diferente disso
está a cometer um erro.
Compare esse primeiro
exemplo com a afirmação “o roubo é imoral”. Nesse segundo caso, estou a atribuir um valor a um facto, o roubo, em vez de simplesmente descrever essa
ação. A imoralidade é um valor e, de acordo com o subjetivismo, essa não é uma
característica que existe de facto nas ações, mas é a manifestação dos nossos
desejos. Quando digo que algo é imoral, quero dizer que isso me desagrada,
contraria o meu desejo. Os juízos morais, portanto, são expressões de desejos pessoais.
Outra pessoa poderia afirmar “o roubo é moral”, referindo-se
apenas aos seus sentimentos em relação a essa prática.
A partir daqui podemos dizer que o subjetivismo pode
ser definido a partir de duas teses relacionadas:
- Não
existe certo e errado universal;
- Juízos
morais apenas expressam sentimentos de aprovação ou desaprovação.
Uma consequência importante desta
conceção é a de que as divergências morais são apenas diferenças de
preferências. Dizer que “o roubo é errado” ou “o roubo é certo” equivale a
dizer “gosto de pizza” ou “não gosto de pizza”. Nos dois casos há apenas uma
divergência de gostos pessoais e não há qualquer possibilidade de dizer que um
está certo e o outro errado.
Argumentos
subjetivistas
O que leva alguém a pensar que não
existe certo e errado e que os juízos morais não passam de manifestações de
desejos pessoais?
Um dos filósofos subjetivas foi Jean Paul Sartre (1905 – 1980). Usando a frase de um grande escritor russo, afirmou que “se Deus não existe, tudo é permitido” e que isso criava a liberdade para o indivíduo definir o que é certo ou errado a partir de seu próprio pensamento e desejo. Nas suas palavras, cada um é livre, então pode escolher – ou seja, inventar. Nenhuma regra de moralidade geral pode mostrar o que se deve fazer.
A frase “se Deus não existe, tudo é permitido” pressupõe a
ideia de que, se ele existisse, nem tudo seria permitido. Ou seja, se ele
existisse, existiria um certo e um errado e a moralidade não seria dependente
do desejo dos indivíduos. Mas como não existe, não há qualquer padrão
independente que defina como os seres humanos deveriam agir. Sendo assim, cabe
a cada um definir para si o que é certo e errado.
William Godoy
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023
EXERCÍCIO SOBRE OS JUÍZOS DE FACTO E JUÍZOS DE VALOR.
1. Que tipo de valor está
presente em cada uma das afirmações?
1. A tortura é uma violação
inaceitável dos direitos humanos.
2. Tem músculos de aço.
3. É mais belo um Ferrari do que a Vénus de
Milo.
4. A desvalorização do Euro não convém à
Europa.
5. Traiu a confiança dos seus amigos.
6. A única superpotência é Deus.
7. A democracia é o pior dos regimes
excetuando todos os outros.
2. QUAIS DESTAS AFIRMAÇÔES SÃO JUÍZOS DE VALOR E QUAIS SÃO OS JUÍZOS DE FACTO?
1. O Holocausto foi moralmente horrível.
2. O Holocausto é considerado moralmente horrível.
3. A liberdade é mais importante que a justiça.
4. A justiça é mais importante que a liberdade.
5. Se a justiça é mais importante do que a liberdade, a liberdade é menos
importante que a justiça.
6. Muitas pessoas valorizam a liberdade.
7. É bom que as pessoas valorizem a liberdade.
8. Há quem julgue que não é bom valorizar a liberdade.
9. A Teresa gosta de “Xutos e Pontapés”
10. Na segunda guerra mundial morreram 20 milhões de russos.
3. Distinga juízos de facto e juízos de valor.
domingo, 5 de fevereiro de 2023
Texto para resumo Andreia 11A e Amanda 10I
Frondizi, Qué son los valores? (México, Fondo de Cultura Económica).
TAXINOMIA/TÁBUA DE VALORES
Tábua de valores de Max Scheller, adaptada por Ortega y Gasset
1. Valores úteis
abundante-escasso
necessário-supérfluo
2. Valores vitais
seleto-vulgar
enérgico-inerte
forte-débil
VALORES ESPIRITUAIS:
exato-aproximado
evidente-provável
Verdadeiro -Falso
2. Éticos/Morais
bondoso-ardiloso
leal -desleal
honesto - desonesto
3. Estéticos
belo-feio
gracioso-tosco
elegante-deselegante
harmonioso-desarmonioso
divino-demoníaco
supremo-derivado
milagroso-mecânico