quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Correção da Ficha de Revisões de dia 27 de Outubro de 2020

Grupo I

Análise lógica do texto:



"Devemos procurar o valor da filosofia, de facto, em grande medida na sua própria incerteza. O homem sem rudimentos de filosofia passa pela vida preso a preconceitos derivados do senso comum, a crenças costumeiras da sua época ou da sua nação, e a convicções que cresceram na sua mente sem a cooperação ou o consentimento da sua razão deliberativa. Para tal homem o mundo tende a tornar-se definitivo, finito, óbvio; os objetos comuns não levantam questões, e as possibilidades incomuns são rejeitadas com desdém. Pelo contrário, mal começamos a filosofar, descobrimos, como vimos nos nossos capítulos de abertura, que mesmo as coisas mais quotidianas levam a problemas aos quais só se podem dar respostas muito incompletas. A filosofia, apesar de não nos poder dizer com certeza qual é a resposta verdadeira às dúvidas que levanta, é capaz de sugerir muitas possibilidades que alargam os nossos pensamentos e os libertam da tirania do costume.”

Bertrand Russell, Princípios da Filosofia


TEMA: O Valor da Filosofia

PROBLEMA 1: Qual o valor da Filosofia?
TESE 1: O valor da filosofia reside, em grande medida, na sua própria incerteza.

Argumentos para a tese 1 (razões): A filosofia, apesar de não nos poder dizer com certeza qual é a resposta verdadeira às dúvidas que levanta, é capaz de sugerir muitas possibilidades que alargam os nossos pensamentos e os libertam da tirania do costume.
 

PROBLEMA 2: Porque é importante filosofar? 

TESE 2: Porque filosofar alarga o nosso pensamento e liberta-o da tirania do costume.

Argumentos para a tese 2 (razões): O homem sem rudimentos de filosofia passa pela vida preso a preconceitos derivados do senso comum, a crenças costumeiras da sua época ou da sua nação, e a convicções que cresceram na sua mente sem a cooperação ou o consentimento da sua razão deliberativa. Para tal homem o mundo tende a tornar-se definitivo, finito, óbvio; os objetos comuns não levantam questões, e as possibilidades incomuns são rejeitadas com desdém.

 CONCEITOS: FILOSOFIA, SENSO COMUM, PRECONCEITOS, INCERTEZA

 

Grupo II

Versão A

1. a. 2. c. 3. b. 4. c.

Versão B 

1.d. 2. a. 3. a. 4. d.

Grupo III

1. 

 

Versão A: Há quem goste de ciências. Forma canónica: Algumas pessoas gostam de ciências. Tipo I. Negação: Nenhuma pessoa gosta de ciências.

 

Versão B: Certas pessoas não gostam de Filosofia. Forma canónica: Algumas pessoas não gostam de filosofia. Tipo O. Negação: Todas as pessoas gostam de Filosofia. 

 

2.

 

Versão A:  

a. Se os seres humanos são racionais então conseguem resolver este exercício de lógica.

Dicionário: P: os seres humanos são racionais. Q: os seres humanos conseguem resolver este exercício. Formalização: P→ Q.

b. Se estudo para o teste então tenho boa nota e passo de ano. Dicionário: P: Estudo para o teste. Q: Tenho boa nota. R: Passo de ano. Formalização: P→ (Q ∧ R).

 

Versão B:

a. Se e só se os seres humanos são livres então são responsáveis pelas suas ações.  

Dicionário: P:  Os seres humanos são livre. Q: Os seres humanos são responsáveis pelas suas ações. Formalização: P ↔ Q

b. Se estudas para o teste e estás atento nas aulas então tens boa nota. Dicionário: P: Estudas para o teste. Q: Estás atento. R: Tens boa nota. Formalização: (P∧ Q) ⟶ R

 

3. 

Dicionário:


P: O João come gelado.

Q: O João come chocolate. 

R: O João tem diabetes.

 

Versão A: (P ∧ Q) ⟶ R. Se o João come gelado e chocolate então tem diabetes

Versão B: (P ∧ Q) ↔ R. Se e só se o João come gelado e chocolate então tem diabetes.

 

4. 

 

Versão A:

 

P Q     P → ~Q

    V V       F   F

    V F       V   V

    F V       V   F

    F F       V   V

                ↑

 

Versão B: 

  

P  Q    (~P) ⟶ Q 

V  V     F     V

V  F     F     V

F  V     V     V

F  F     V     F

                   ↑ 

 

5. 

Versão A: 

 

P Q      P⟶ Q     ~Q    ∴ ~P

V  V           V          F        F

V  F           F          V        F

F  V           V          F        V

F  F           V          V        V


Resposta: O argumento é válido porque não há nenhuma ocasião em que as premissas sejam verdadeiras 

e a conclusão falsa.

 

Versão B:

 

P Q      P⟶ Q     P    ∴ ~Q

V  V           V          V        F

V  F           F          V        V

F  V           V          F        F

F  F           V          F        V


Resposta: O argumento é inválido porque há uma ocasião em que as premissas são verdadeiras e a conclusão falsa.

 

6.

Versão A: a. Falácia da Afirmação da consequente. b. Modus Ponens.

Versão B: a. Modus Ponens. b. Falácia da Afirmação da consequente.

sábado, 24 de outubro de 2020

Exercícios de negação de proposições, traduções, tabelas de verdade e inspetores de circunstância

 1. Coloca as seguintes proposições na sua forma canónica (Todos, Nenhum, Alguns, Alguns..não), indica o seu tipo (A, E, I, O) e escreve a sua negação.

1.1. Há quem goste de sardinhas.

1.2. Muita gente quer voltar ao confinamento.

1.3. Nem todos querem usar máscara.

2. Traduz as seguintes proposições para linguagem formal, indicando o dicionário utilizado.

2.1. Se tudo corre bem então não há necessidade de voltar para confinamento.

2.2. Se tens boa nota a lógica então és bom a filosofia e a matemática.

2.3. Como bolo e gelado se e só se comer a sopa toda.

3. Elabora a tabela de verdade das seguintes proposições.

3.1. P ➡️ (Q V R)

3.2. P ↔️(~Q)

3.3. (P ⊻ Q) Λ R

4. Verifica se os seguintes argumentos são válidos ou inválidos.

4.1. P ➡️Q; P; ∴Q

4.1. P ➡️ Q; ~Q; ∴P

4.3. P  ➡️ Q; Q; ∴P

 

 

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Síntese Modus Ponens e Falácia da afirmação da consequente

 

Formas de inferência válidas e principais falácias formais.


Existem certas formas argumentativas válidas utilizadas muito frequentemente. Para muitas delas nem precisamos de utilizar 

um inspetor de circunstância para compreendermos que são válidas, conseguimos ver isso intuitivamente.


Modus ponens  

Modus ponens é expressão latina que significa “modo da afirmação”)                   


P → Q

P

∴ Q


Em linguagem natural poderíamos dizer: Se gosto de ir à escola então 

gosto de aprender. Gosto de ir à escola. Então,gosto de aprender.


Se acontece P então acontece necessariamente Q. Aconteceu P. Logo, aconteceu Q.


Vejamos o inspetor de circunstância para confirmar:


P  Q     P → Q    P   ∴ Q

V   V         V         V       V

V   F         F         V       F

F   V         V         F       V

F   F         V         F       F


Como dá para ver não há qualquer hipótese das premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa. O que faz desta forma 

argumentativa uma forma válida.

 

Falácias Formais


Existem também falácias formais. Isto é, erros de raciocínio da lógica formal, modos de inferência inválidos. 


Falácia da afirmação da consequente:


P → Q

Q

∴ P


Esta forma não é válida. Vejamos um exemplo em linguagem natural onde isso fica claro: Se 

estou em Lisboa então estou em Portugal. Estou em Portugal. Logo, estou em Lisboa.


Ora, é fácil de entender que posso estar em Portugal e não estar em Lisboa. Posso estar em Beja ou no Porto.


Para tirar qualquer dúvida podemos construir um inspetor de circunstância para verificar:


P  Q     P → Q    Q   ∴ P

V   V         V         V       V

V   F         F         F       V

F   V         V         V       F

F   F         V         F       F


Como vemos, há uma possibilidade das premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa. O que não pode acontecer num

 argumento dedutivo válido. Daí ser inválido.

Correção dos exercícios de tabelas de verdade

 3.1.  Tabela de verdade da proposição: P ➡️ (Q ⋀ R)

P Q R    P ➡️ (Q ⋀ R)

V V V       V       V
V V F        F        F
V F V        F        F
V F  F       F        F
F V V       V        V
F V F       V         F
F F V       V         F
F F F        V         F
                2º        1º
 
Primeiro resolvemos a conectiva que está dentro dos parêntesis, depois a conectiva de maior âmbito - a principal, que liga toda a proposição. Depois de resolver o que está dentro dos parêntesis utilizamos esses valores de verdade para calcular o resto. Portanto, na primeira linha olhamos para o valor de verdade de P (que é V) e para o valor de verdade da conjunção (que também é V), e calculamos a condicional tendo em conta esses dois valores, o que dá V.

3.2. P ➡️ (~Q)

P Q        P ➡️ (~Q)
V V            F    F
V F            V    V
F V            V    F
F F            V    V
                 2º   1º

3.3. (P ⋀ Q) ⊻ (~P ⋀ ~Q)

P  Q     (P ⋀ Q) ⊻ (~P ⋀ ~Q)
V  V         V      V   F  F   F         
V  F          F      F    F  F   V
F  V          F      F    V F   F
F   F         F      V    V V  V
               4º      5º   1º 3º 2º

Aqui, apesar de termos muitas conectivas a lógica é a mesma. Começamos por resolver aquelas de menor âmbito, passando sucessivamente para as que têm maior âmbito. Neste caso começamos pela negação que só afecta o P e o Q, depois resolvemos essa conjunção, de seguida resolvemos a outra conjunção, e só no final disto e de termos os valores das duas conjunções, resolvemos a disjunção exclusiva.

3.5. P ↔️ (Q ⋀ R)
 
 P Q R    P ↔️ (Q ⋀ R)
V V V       V       V
V V F        F        F
V F V        F        F
V F  F       F        F
F V V       F        V
F V F       V         F
F F V       V         F
F F F        V         F
                2º        1º