quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Resumo e análise de texto Sara 10E

 


Multiculturalismo, coesão social e integração de imigrantes

“Qual a importância das ideologias e políticas de multiculturalismo? A promoção do pluralismo e da diversidade entra em conflito com a coesão social e a integração dos imigrantes ou o multiculturalismo é um caminho para a incorporação?

Os argumentos apresentados por teóricos multiculturais sugerem que, ao reconhecer e acomodar culturas minoritárias, os membros dessas comunidades sentirão maior apego e envolvimento na política comunitária. Os críticos respondem que a atenção excessiva na diversidade salienta as diferenças, mina uma identidade coletiva coesa e impede projetos políticos comuns - desde apoiar as forças armadas até apoiar benefícios sociais e de redistribuição. Os detratores também temem que a promoção do multiculturalismo deixe as minorias vivendo "vidas paralelas" em comunidades segregadas, retardando a aprendizagem da língua maioritária, dificultando a integração económica e enfraquecendo os laços sociais e, portanto, o capital social com aqueles que estão fora do seu grupo étnico.

A pesquisa empírica sobre essas questões é limitada e as evidências sobre as consequências socioeconómicas do multiculturalismo são confusas. Alguns estudiosos argumentam que facilitar o fechamento étnico - uma consequência presumida de políticas multiculturais - evita ou desencoraja os imigrantes de competir no mercado de trabalho mais amplo, levando a um maior desemprego. Outros argumentam, em vez disso, que é precisamente a retenção do capital social étnico e da cultura que facilita o sucesso educacional das crianças imigrantes e da segunda geração nativa.

A realidade pode estar entre essas duas posições, já que os mecanismos que vinculam o multiculturalismo a

resultados como emprego ou realização educacional não são claros. As políticas do mercado de trabalho, as instituições educacionais e as estruturas do estado de bem-estar provavelmente influenciam muito mais a integração económica do que as políticas de multiculturalismo.

As consequências do multiculturalismo para a integração cívica e política dos imigrantes são um pouco mais fortes. Os imigrantes que vivem em países que adotam políticas multiculturais são mais propensos a  envolver-se em atividades políticas não violentas dirigidas ao seu país de residência em vez da sua terra natal, são mais propensos a ter confiança no governo, menos propensos a denunciar discriminação com base em sua filiação ao grupo e mais probabilidade para se tornarem cidadãos.

 

Irene Bloemraad, A discussão do multiculturalismo

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022








"Pondo de lado algumas utilizações puramente técnicas da palavra "ação" (por exemplo, ação como participação no capital de uma empresa), o núcleo significativo da palavra assenta na produção ou no causar um efeito. 

A palavra "ação" emprega-se, por vezes, para falar de animais não humanos (diz-se que a ação das cegonhas é benéfica para a agricultura) ou até, inclusivamente, de seres inanimados (diz-se que a gravidade é uma forma de ação à distância. No entanto, empregamos sobretudo a palavra "ação" para falar do que fazem os Homens. Aqui só nos interessa este tipo de ação, a ação humana . As nossas ações (algumas) são as coisas que fazemos. 

Na realidade, o verbo "fazer" abarca um campo semântico bastante mais amplo que o substantivo "ação". O latim distingue o agere  do facere, que em francês, por exemplo, dão agir e faire (em português "agir" e "fazer"). O substantivo latino  derivado do agere, deu  lugar ao substantivo ação. 

Tudo o que fazemos faz parte da nossa conduta, mas nem tudo o que fazemos constitui uma ação.

Enquanto dormimos, fazemos muitas coisas: respiramos, transpiramos, sonhamos, damos voltas e andamos sonâmbulos pela casa. Todas estas coisas fazemos inconscientemente. Fazemo-las, mas não nos damos conta disso, não temos consciência de que as fazemos, por isso não lhes vamos chamar ações. 

Reservamos o termo "ação" para aquelas coisas que fazemos conscientemente, dando-nos conta de que as fazemos.

 Uma ação é uma interferência consciente e voluntária de uma pessoa (o agente) no decurso normal dos acontecimentos, os quais sem a sua interferência teriam seguido um caminho diferente. Uma ação consta, assim, de um evento que acontece graças à interferência de um agente que tenha a intenção de interferir de modo a que tal evento aconteça".

 


J.Mosterin, Racionalidade e Ação Humana, seleção de parágrafos, Alianza Universidad. Madrid.1987 (Clayton Silva)



terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Matriz para o 2º Teste -14 Janeiro




A. Estrutura e Cotações

A prova destina-se a avaliar três competências básicas: Concetualizar, Argumentar e Problematizar. 

A competência transversal é a comunicação/correção escrita.

Está dividida em três grupos de acordo com cada competência. Cada grupo tem uma pontuação de 0 a 20 Valores.

 Grupo I - Concetualizar: Dez perguntas de escolha múltipla (10x2= 20 valores)

Grupo II - Argumentar: Inclui um texto com 4 perguntas de interpretação e análise de texto. Todas as perguntas implicam justificação/argumentação (4x50 Pontos; Total 200 Pontos)

Grupo III - Problematizar: Inclui 3 perguntas com alíneas. (1,2 - 70 Pontos cada; 3 - 60 Pontos divididos por três alíneas; Total 200 Pontos)

Conteúdos e competências

1. Lógica Formal 

a. Identificar as formas de inferência válidas e as falácias formais: Modus Ponens, falácia da afirmação do consequente, Modus Tollens, falácia da negação do antecedente, contraposição, silogismo disjuntivo, Leis de De Morgan (negação da conjunção e negação da disjunção), silogismo hipotético e dupla negação. 

b. Aplicar as tabelas de verdade para verificar se os argumentos são válidos ou não. 

2. Lógica Informal 

a. Identificar os diferentes tipos de argumentos não dedutivos: argumentos indutivos (generalização e previsão), argumentos por analogia e argumentos de autoridade. 

b. Aplicar as regras de validade dos diferentes argumentos de forma a verificar se os diferentes argumentos são fortes ou fracos. 

c. Identificar as respetivas falácias dos argumentos não dedutivos: falácia da generalização apressada, falácia da amostra não representativa, falácia da falsa analogia, a falácia do apelo à autoridade. 

d. Identificar as restantes falácias informais: Ad Populum (apelo à opinião popular), Ad Hominem (ataque pessoal), Petição de Princípio, Falso Dilema, Derrapagem, Falsa Relação Causal, Boneco de Palha e Apelo à Ignorância. 

3. A Rede Concetual da Ação 

a. Distinguir os acontecimentos da natureza e as atividades humanas (acontecimentos que estão ligados à manutenção da componente biológica do ser humano). Identificar as atividades humanos como atos reflexos e atos acidentais. 

b. Perceber que nem tudo o que o ser humano faz pode ser considerado como ações humanas: apenas aquilo que fazemos de forma consciente e voluntária pode ser considerado uma ação humana, pois parte da vontade e podemos atribuir uma responsabilidade ao agente da ação. 

c. Estabelecer uma rede concetual da ação: agente, consciência, intenção, motivo, finalidade, deliberação e decisão. 

d. Explicar as teses das duas teorias que definem a ação: causalista e volitiva.

4. Determinismo e Liberdade na Ação Humana 

a. Distinguir os diferentes tipos de condicionantes da ação humana: condicionantes físico-biológicas e histórico-culturais. 

b. Esclarecer os conceitos de determinismo e de livre-arbítrio. 

c.  Compreender o problema do livre-arbítrio.

d. Fundamentar uma posição pessoal sobre a questão de sermos livres ou não.

e. Distinguir as teorias compatibilistas (há compatibilidade entre determinismo e livre-arbítrio) das teorias incompatibilistas (não há compatibilidade entre determinismo e livre-arbítrio). 

f. Dominar os diferentes argumentos de cada uma das teorias sobre o livre-arbítrio: Determinismo radical e libertismo e as objeções a cada uma delas.