terça-feira, 26 de outubro de 2021

Resumo / Análise de texto, Luana Luz 10E



Lógica: um instrumento presente em toda a parte.

 

«É difícil imaginar que as inferências e deduções feitas na atividade diária não sejam baseadas no raciocínio lógico. Um médico deve raciocinar com base nos sintomas apresentados, assim como o mecânico de automóveis. Os detetives da polícia e os especialistas forenses devem processar as pistas de forma lógica e raciocinar a partir delas. Os utilizadores de computador devem processar as pistas de forma lógica e raciocinar a partir delas. Os utilizadores de computador devem estar familiarizados com as regas lógicas que as máquinas são projetadas para seguir. As decisões de negócios são baseadas em análise lógica de realidades e contingências. Um jurado deve ser capaz de pesar as evidências e seguir a lógica de um advogado que está a processar ou a defender um caso: se o réu estava no cinema, ele não poderia ter cometido o crime. Na verdade, qualquer atividade de resolução de problemas, ou o que os educadores hoje chamam de pensamento crítico, envolve a busca de padrões e conclusões obtidas por meio de um caminho lógico.

O pensamento dedutivo é de vital importância nas ciências, com as regras de inferência essenciais para formar e testar hipóteses. Quer sejam realizados por um ser humano ou por um computador, os procedimentos dos passos lógicos, um após o outro, asseguram que as conclusões decorrem validamente dos dados. A certeza que a lógica fornece dá uma contribuição importante para a nossa descoberta da verdade.»

 

Deborah J. Bennett, Logic made easy: how to know when language deceives you, Norton & Company, 2004, pp. 18-19.

           


segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Resumo/Análise de texto Lara Silva 10E

  

A distinção entre verdade e validade

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"É necessário agora distinguir claramente a validade, ou a correcção de um raciocínio, da verdade. A validade é uma propriedade dos raciocínios e não das proposições que os compõem, ao passo que a verdade é uma propriedade das proposições que compõem os raciocínios. Isto é, uma proposição pode ser verdadeira ou falsa; mas não faz sentido dizer que é válida ou inválida. Pelo contrário, um raciocínio é válido ou inválido mas não faz sentido dizer que é verdadeiro ou falso. Esta não é uma mera convenção, nem uma distinção meramente verbal; ela corresponde à diferença que existe entre a avaliação de um raciocínio e a avaliação de uma proposição. Avaliar uma proposição é muito diferente de avaliar um raciocínio. Quando avaliamos um raciocínio e sancionamos a sua qualidade, afirmamos que ele nos “conduz” à verdade, assumindo que as premissas são verdadeiras. Esta verdade a que ele nos “conduz” é a proposição que se conclui. Assim, avaliar positivamente um raciocínio é afirmar que, assumindo a verdade das suas premissas, ele nos garante a verdade da conclusão. Logo, temos de distinguir essa qualidade que os bons raciocínios têm, que consiste em garantir a verdade das suas conclusões, da própria verdade das suas conclusões: é preciso distinguir o comboio que nos conduz ao Porto, do Porto."

- Desidério Murcho, Limites do papel da lógica na filosofia, em https://criticanarede.com/logica2.htm

             

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Resumo de texto - Clarisse Gonçalves 10E

“As partes relevantes de um argumento são, em primeiro lugar, as suas premissas. As premissas são o ponto de partida, ou o que se aceita ou presume, no que respeita ao argumento. Um argumento pode ter uma ou várias premissas. A partir das premissas, os argumentos derivam uma conclusão. Se estamos a refletir sobre um argumento, talvez por termos relutância em aceitar a sua conclusão, temos duas opções. Em primeiro lugar, podemos rejeitar uma ou mais das suas premissas. Em segundo lugar, podemos também rejeitar o modo como a conclusão é extraída das premissas. A primeira reação é que uma das premissas não é verdadeira. A segunda é que o raciocínio não é válido. É claro que o mesmo argumento pode estar sujeito a ambas as críticas: as premissas não são verdadeiras e o raciocínio aplicado é inválido. Mas as duas críticas são distintas (e as duas expressões, «não é verdadeira» e «não é válido», marcam bem a diferença).

    No dia-a-dia, os argumentos também são criticados noutros aspetos. As premissas podem não ser muito sensatas. É uma tolice apresentar um argumento intrincado a partir da premissa de que eu vou ganhar a lotaria da próxima semana se não houver qualquer hipótese de acontecer. É muitas vezes inapropriado recorrermos a premissas que sejam, elas mesmas, controversas. Não revela qualquer tato nem é de bom gosto argumentar a favor de certas coisas em certas circunstâncias. Mas «lógico» não é sinónimo de «sensato». A lógica interessa-se em saber se os argumentos são válidos, e não se são sensatos. E vice-versa, muitas das pessoas a que chamamos «ilógicas» podem até usar argumentos válidos, mas que são patetas por outros motivos.

    A lógica só tem a preocupação: saber se há maneira de as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.”



In Simon Blackburn (2001), Pense. Uma Introdução à Filosofia, Lisboa: Gradiva, pp. 201-202.