sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Texto para resumo 10C José

 Falácia da afirmação da consequente

Esta falácia deriva da confusão entre condição suficiente e condição necessária. Por exemplo: dadas as proposições


P = Hitler levou com a bomba H.

Q = Hitler morreu.


Se admitir que P é verdadeira, concluirei que Q é verdadeira. P é suficiente para Q. Q é necessária para P (não há P sem Q). Mas, do facto de Q ser verdadeira, não posso concluir que P o seja (Q não é suficiente para P). Logo, todo o argumento com a seguinte forma é inválido:


Se P, então Q.

Ora, Q.

Logo, P.


Exemplos:

Se jogamos bem, ganhamos. Ora, ganhámos. Logo, jogámos bem. (De facto jogámos mal, mas o adversário jogou pior e o árbitro ajudou)

Se estou em Faro, estou no Algarve. Ora, estou no Algarve. Logo, estou em Faro. (Claro que posso estar em Olhão ou em Sagres.)

Se a fábrica estivesse a poluir o rio, então veríamos o número de peixes mortos aumentar. Há cada vez mais peixes a morrer. Logo, a fábrica está a poluir o rio. (...)


Falácia da negação da antecedente

Nesta falácia confunde-se a condição suficiente com a condição necessária. Com uma frase condicional (Se P, então Q) dizemos que se P for verdadeira, Q também é; mas não dizemos que a recíproca é verdadeira. Por isso, os argumentos com a seguinte forma são inválidos:


Se P, então Q.

Não-P.

Logo, não-Q.


Exemplos:

Se fores atingido por um carro quando tiveres 6 anos, morres jovem. Mas não foste atingido por um carro aos 6 anos. Portanto, não vais morrer jovem. (Claro que ele poderia ser atingido por um comboio com a idade de 6 anos e, nesse caso, morria jovem)

Se estou em Faro, então estou no Algarve. Não estou em Faro. Logo, não estou no Algarve. (Mas pode estar em Olhão...) (...)

Downes, Stephen. 2000. “Guia das falácias” [em]: Crítica na Rede.

https://criticanarede.com/falacias.html