terça-feira, 26 de novembro de 2019

Relatório/Resumo Manuel 10B

FALÁCIAS DE RELEVÂNCIA
( Quando as razões são logicamente irrelevantes embora possam psicologicamente ser relevantes)
Argumentum ad baculum (apelo à força) quando ameaça o ouvinte.
Argumentum ad misericordiam (apelo à misericórdia) quando se procura comover o ouvinte.
Argumentum ad populun (apelo ao povo) quando se apela ao que a maioria das pessoas faz, ao “espírito das massas”.
Argumentum ad hominem (argumento contra a pessoa) quando para destruir o argumento de alguém tenta-se destruir a pessoa.
FALÁCIAS DAS PREMISSAS INSUFICIENTES:
(Quando a indução é fraca e as premissas embora relevantes não são suficientes para justificar a conclusão)
Argumentum ad verecundiam (apelo ao uma autoridade não qualificada). Quando para se justificar algo se recorre a uma autoridade que não é digna de confiança ou que não é uma autoridade no assunto.
Argumentum ad ignorantiam (apelo à ignorância). Quando as premissas de um argumento estabelecem que nada se sabe acerca de um assunto e se procura concluir a partir dessas premissas algo acerca do assunto.
Exemplos:Os fantasmas existem! Já provaste que não existem?
Como os cientistas não podem provar que se vai dar uma guerra global, ela provavelmente não ocorrerá.
Fred disse que era mais esperto do que Jill, mas não o provou. Portanto, isso deve ser falso..
Generalização apressada . Quando se extrai uma conclusão de uma amostra atípica e não significativa.
Exemplos: Fred, o australiano, roubou a minha carteira. Portanto, os Australianos são ladrões. (Claro que não devemos julgar os Australianos na base de um exemplo).
Perguntei a seis dos meus amigos o que eles pensavam das novas restrições ao consumo e eles concordaram em que se trata de uma boa ideia. Portanto as novas restrições são populares.
Falsa Causa. Quando a ligação entre premissas e conclusão depende de uma causa não existente.Os argumentos causais são os argumentos onde se conclui que uma coisa ou acontecimento causa outra. São muito comuns mas, como a relação entre causa e efeito é complexa, é fácil cometer erros. Em regra, diz-se que C é a causa do efeito E se e só se:Geralmente, quando C ocorre, também E ocorre.
Exemplo de uma Falsa Causa: Ganho sempre ao poker quando levo uma camisa preta. Amanhã, se levar a camisa preta também ganharei.
Também a podemos designar como falácia: post hoc ergo propter hoc , o nome em latim significa: "depois disso, logo, por causa disso". Um autor comete a falácia quando pressupõe que, por uma coisa se seguir a outra, então aquela teve de ser causada por esta.
Mais Exemplos:A imigração do Alentejo para Lisboa aumentou mal a prosperidade aumentou. Portanto, o incremento da imigração foi causado pelo incremento da properidade.
Tomei o EZ-Mata-Gripe e dois dias depois a minha constipação desapareceu...Prova: Mostre que a correlação é coincidência, mostrando: 1) que o "efeito" teria ocorrido mesmo sem a alegada causa ocorrer, ou que 2) o efeito teve uma causa diferente da que foi indicada.
Reacção em cadeia. Quando as premissas apresentam uma reacção em cadeia com uma probabilidade mínima de acontecer.
Exemplos: Se aprovamos leis contra as armas automáticas, não demorará muito até aprovarmos leis contra todas as armas, e então começaremos a restringir todos os nossos direitos. Acabaremos por viver num estado totalitário. Portanto não devemos banir as armas automáticas.
Nunca deves jogar. Uma vez que comeces a jogar verás que é difícil deixar o jogo. Em breve estarás a deixar todo o teu dinheiro no jogo e, inclusivamente, pode acontecer que te vires para o crime para suportar as tuas despesas e pagar as dívidas.
Se eu abrir uma excepção para ti, terei de abrir excepções para todos.
FALÁCIAS DE PRESSUPOSIÇÃO
Petitio principii (Petição de princípio). Quando o que devia ser aprovado pelo argumento é já suposto pelas premissas.
Exemplos:Dado que não estou a mentir, segue-se que estou a dizer a verdade.
Sabemos que Deus existe, porque a Bíblia o diz. E o que a Bíblia diz deve ser verdadeiro, dado que foi escrita por Deus e Deus não mente. (Neste caso teríamos de concordar primeiro que Deus existe para aceitarmos que ele escreveu a Bíblia.)
 Adaptado das classificações em Stephen Downes (in Crítica na Rede) e Enciclopédia de Termos lógico Filosóficos (Gradiva, Lisboa 2001).

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Exercícios para quarta - Lógica informal. Argumentos e falácias.


 Lógica informal:

1.Identifique e avalie os seguintes argumentos:

a. "Outrora as mulheres casavam-se muito novas. A Julieta da peça Romeu e Julieta, de Shakespeare, ainda não tinha 14 anos. Na Idade Média, 13 anos era a idade normal de casamento para uma rapariga judia. E durante o Império Romano muitas mulheres casavam aos 13 anos, ou mesmo mais novas".
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b.” Colhe-se o que se semeia. Se plantarmos amoras, colhemos amoras. Se plantarmos cebolas obtemos cebolas. Do mesmo modo quem semeia a guerra não pode esperar obter paz, justiça e fraternidade.”

c. “Se o Público afirma que Portugal não cumpre a taxa de acolhimento de emigrantes estipulada pela EU, então é verdade e é preciso fazer qualquer coisa.”

d. O terrorismo deve-se a fatores de marginalidade cultural, de pobreza e pelo ódio contra o mundo ocidental, esse odio tem como causa principal a inveja de não ser um dos participantes desse mundo.”



2. Identifique as seguintes falácias e justifique.

1. O meu médico diz que não há provas que a minha dor de cabeça seja provocada por “falta de vista”, mas também não há provas que não seja, logo, eu tinha razão, as minhas dores de cabeça são mesmo “falta de vista”.



     2. Nunca deves jogar. Uma vez que comeces a jogar verás que é difícil deixar o jogo. Em breve estarás a deixar todo o teu dinheiro no jogo e, inclusivamente, pode acontecer que te vires para o crime para suportar as tuas despesas e pagar as dívidas.


 3. Einstein foi o criador da relatividade mas é preciso ver que Einstein era judeu e comunista, logo a teoria da relatividade só pode ser mentira.



4. Sabemos que Deus existe, porque a Bíblia o diz. E o que a Bíblia diz deve ser verdadeiro, dado que foi escrita por Deus e Deus não mente.
5. João: Nós deveríamos ter leis menos rígidas em relação à legislação sobre o tabaco; Joana: Não, estás a dizer que todos deviam suportar a loucura suicida dos fumadores, estás a defender o caos.

6. Ou usas os bens que o capitalismo te disponibilizou e tens de defender o capitalismo ou, se és contra, vais viver sozinho para a montanha e alimentas-te de ervas.

7. O grande psicanalista Freud fumava, então o fumo deve ser bom.
8. Os alunos do 11ºG leem bastante e são jovens, logo, no presente, os jovens leem mais.
9. Vou ter boa nota no teste porque está Lua cheia e sempre que está Lua cheia eu sei que a sorte está comigo.

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Correção do teste 10A


1.O valor da filosofia reside na sua incerteza que a prática da dúvida constante coloca como inevitável sobre todos os objetos e conhecimento. Esta prática não nos permite ter certeza mas alarga os nossos conhecimentos de como as coisas poderiam ser evitanto os radicalismos dogmáticos e a superficialidade do senso comum, permitindo libertar o pensamento do hábito e mostrar novas formas surprendentes de considerar o mundo, os seus objetos e as suas crenças.

2. Atitude crítica, não dogmática que dúvida e recusa-se a dar consentimento às crenças que são tomadas em conjunta sem um juízo prévio e a atitude dogmática do senso comum construída a partir de dogmas ou certezas que se recusa a pensar de outro modo.

3. O pensamento sobre certas questões filosóficas destrói as certezas pois cria novas possibilidades sobre o modo como as coisas podem ser e neste caso a destruição das certezas cria mais dúvidas mas contribui para aumentar o conhecimento pois contribui para que não erremos tanto.


2. Análise lógica do texto filosófico.Tema: O valor da Filosofia ou a sua utilidade
Problema: Onde reside o valor da Filosofia?
Tese: O valor da Filosofia reside exatamente naquilo que os homens tendem a desprezar, a sua própria incerteza.
Movimentação argumentativa: (porque/razões para justificar a tese)
(...) o homem sem Filosofia passa a vida agrilhoado a preconceitos que derivam do senso comum , convicções que cresceram na sua mente sem serem colocadas em dúvida. Para tal homem o mundo é finito definitivo, óbvio. A Filosofia, apesar de não dar respostas certas às dúvidas que levanta, é capaz de sugerir inúmeras possibilidades de resposta que alargam os nossos pensamentos e o libertam da tirania do hábito.  Assim, apesar de diminuir as nossas certezas, aumenta o nosso conhecimento do que as coisas possam ser e, por isso varre o dogmatismo arrogante de quem nunca viajou pelos caminhos da dúvida libertadora.
Conceitos: Filosofia, Incerteza, Dúvida libertadora, hábito.

3. Os primeiros filósofos, também denominados pré-socráticos porque se situam cronologicamente antes de Sócrates, tinham como principal problema a origem do mundo  e tentavam explicar essa origem através de uma substância primordial: "arché". O "arché" era um elemento material que poderia constituir a unidade através da qual toda a diversidade do mundo poderia ter surgido. Procuravam dar uma explicação recorrendo a uma certa lei natural da matéria e não recorriam apenas a histórias míticas para explicar o mundo como faziam os seus antepassados. Recorrem ao raciocínio a partir da observação da natureza tentando encontrar um “logos” uma lei ou unidade que permita explicar racionalmente a diversidade das coisas bem como a sua transformação. Esta organização da natureza a partir de uma origem comum permite a formação de um cosmos, organizado e inteligente. Assim, ao procurar o elemento original procuravam compreender a ordem do cosmos e a matéria que todas as coisas têm em comum. Assim para Tales o "arché" era a água, para Anaximandro o "Apeiron" e para Anaxímenes o ar. 

4. Estética: estuda/investiga a sensibilidade aos juízos de belo e feio e as teorias sobre a arte. Questões? O que é o Belo? Será que a beleza é objetiva ou subjetiva?

Ética: Estuda/investiga a ação e comportamento, investiga os juízos sobre a ação boa e má. O que é uma ação eticamente correta? Será que há juízos morais universais?
Filosofia política: Estuda/investiga sobre a justiça e as formas de governo. O que é um governo justo? Será que a autoridade que o Estado tem é legítima?
Lógica: Estuda/investiga a estrutura dos raciocínios e do pensamento. As condições de validade dos raciocínios ou argumentos. O que é um argumento válido? Qual a distinção entre vários tipos de argumentos?

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Correção teste Novembro 2019 - 10B


Grupo I
Análise lógica do texto filosófico apresentado no teste:
Tema: A origem da Filosofia
Problema: Como surgiu a Filosofia?
Tese: As Filosofia surgiu da capacidade dos homens se surpreenderem.
Movimentação argumentativa: O Homem acha tão estranho viver que as perguntas filosóficas surgem por si mesmas. É como imaginarmos que o mundo é um gigantesco truque de magia. Um coelho tirado subitamente, por um ilusionista, de uma cartola vazia. Sabemos que o ilusionista nos enganou mas achamos o mistério surpreendente, não sabemos como foi possível, e queremos compreender o truque. Cada um de nós é um parasita minúsculo desse coelho que é o universo, os filósofos tentam trepar pelos pêlos do coelho para ver de perto o ilusionista.
Conceitos: Filosofia, truque de magia, perguntas filosóficas.
2. Para criar uma metáfora do universo misterioso que nos rodeia. Porque se trata de uma surpresa o mundo como ele é, como se fosse um truque de magia. Esta metáfora ilustra a surpresa que marca a origem da Filosofia e caracteriza a atitude do filósofo. A Filosofia nasceu da capacidade dos homens se surpreenderem. A Filosofia resulta da estranheza que experimentamos perante o mundo.
3. Os primeiros filósofos, também denominados pré-socráticos porque se situam cronologicamente antes de Sócrates, tinham como principal problema a origem do mundo  e tentavam explicar essa origem através de uma substância primordial: "arché". O "arché" era um elemento material que poderia constituir a unidade através da qual toda a diversidade do mundo poderia ter surgido. Procuravam dar uma explicação recorrendo a uma certa lei natural da matéria e não recorriam apenas a histórias míticas para explicar o mundo como faziam os seus antepassados. Recorrem ao raciocínio a partir da observação da natureza tentando encontrar um “logos” uma lei ou unidade que permita explicar racionalmente a diversidade das coisas bem como a sua transformação. Esta organização da natureza a partir de uma origem comum permite a formação de um cosmos, organizado e inteligente. Assim, ao procurar o elemento original procuravam compreender a ordem do cosmos e a matéria que todas as coisas têm em comum. Assim para Tales o "arché" era a água, para Anaximandro o "Apeiron" e para Anaxímenes o ar.
4. Pergunta em aberto. Vectores de resposta: Defender uma visão da filosofia e dar argumentos que a justifiquem.

Grupo II
1. Verdadeiro
2. Falso, é a estética
3.  falso, conclusão verdadeira.
4. verdadeiro.
5. Verdadeiro.
6. Verdadeiro.
7. Verdadeiro.
8. verdadeiro.
9. Falso, argumentação.
10. Verdadeiro.

sábado, 16 de novembro de 2019

Texto para resumo Tomás 10A


A Lógica Informal é uma tentativa de desenvolver uma lógica que possa ser usada para avaliar, analisar e aprimorar os raciocínios informais que ocorrem em relacionamentos interpessoais, propagandas, debates políticos, argumentos legais e nos comentários sociais encontrados em jornais, televisão, Internet e outras formas de comunicação de massa.
Em muitos casos o desenvolvimento da lógica informal motiva-se pelo desejo de desenvolver um modo de análise e avaliação do raciocínio comum que seja capaz de se tornar parte do ensino geral, e de compor e aprimorar o raciocínio público, a discussão e o debate. Neste sentido, os interesses da lógica informal têm grande proximidade com os interesses do Movimento Pelo Pensamento Crítico, cujo objetivo consiste em desenvolver um modelo de ensino que dê maior ênfase à investigação de caráter crítico.
Ainda que a Lógica Informal seja às vezes retratada como uma alternativa teórica para a lógica formal, a relação entre as duas é mais complexa que o sugerido. Enquanto a tentativa de ensinar o raciocínio correto e o pensamento crítico está ancorada, inevitavelmente, na linguagem natural, a pesquisa em lógica informal pode empregar métodos formais. Poderia argumentar-se que a análise informal dos argumentos nos quais esta lógica se especializa pode em princípio ser formalizada. Os trabalhos recentes em modelos computacionais, que tentam utilizar os padrões de raciocínio em linguagem natural da lógica informal, sugerem que a lógica derrotável (não-monotônica), a teoria da probabilidade e outros modelos formais não-clássicos se ajustam bastante bem a esta tarefa.
 Retórica
De certo modo, as tentativas dos lógicos informais de identificar critérios gerais de bom raciocínio e de encontrar um esquema argumentativo positivo que revele formas particulares de bom raciocínio implicam em uma abordagem do argumento comparável à implícita na forma lógica clássica. Esta última enfatiza os critérios gerais da boa argumentação (validade, adequação) e os esquemas de argumentos dedutivos que estão geralmente encerrados em regras formais de inferência como modus ponens, dupla negação, modus tollens, etc.
Esta comparação evidencia as diferenças entre as abordagens da lógica informal que são falaciosas e as que não são, mas há diferenças relevantes entre as últimas e as abordagens da lógica formal clássica. De modo mais significativo, a lógica informal caracteriza-se, como disciplina, por uma compreensão abrangente do argumento que vai além do interesse lógico tradicional. Ela tem sido levada nesta direção pela dinâmica do argumento comum, que forçou os lógicos informais a se concentrar nos aspectos da argumentação que não foram incluídos no domínio da lógica pela tradição.
A lógica clássica sugere que o bom argumento é sólido, ou seja, válido e com premissas verdadeiras. Embora esta concepção de bom argumento seja útil para modelar muitos tipos de argumentos, o apelo a premissas verdadeiras ajusta-se mal a muitos contextos informais, freqüentemente caracterizados por crenças hipotéticas e incertas, por discordâncias profundas sobre o que é verdadeiro e o que é falso, por afirmações éticas e estéticas que não são facilmente categorizadas como verdadeiras ou falsas e por contextos variados nos quais hipóteses completamente diferentes podem ser aceitas ou rejeitadas.
Nestes contextos, um argumentador que deseja persuadir uma audiência de um ponto de vista particular (geralmente a razão para argumentar, em primeiro lugar), deve prestar atenção às atitudes da audiência a que o argumento é dirigido. Mesmo que sejam verdadeiras, as premissas que não são aceitas por uma audiência não a convencerão da conclusão de um argumento. Assim, Tindale [1999] desenvolveu uma abordagem que considera e avalia argumentos do ponto de vista da audiência a que são dirigidos. Ele preserva a tradição que caracteriza a retórica Aristotélica e que sustenta que um bom argumentador apela para o pathos da audiência.
Mesmo se alguém estiver convencido de que devemos crer na Bíblia, e que ela condena a pena capital, a abordagem retórica recomenda que o argumentador competente não use afirmações deste tipo como premissas que tenham como objetivo convencer uma audiência de livres-pensadores de que devem se opor à pena capital. 

 Leo Groarke, Lógica elementar