segunda-feira, 15 de junho de 2009

Correcção da Prova de Avaliação

Grupo I

1. Tema do texto: A justiça
Problema colocado: Qual será o valor essencial das instituições sociais?
Tese: A justiça é a virtude primeira das instituições sociais
Argumento principal: A justiça não permite que os direitos de cada um possam ser sacrificados pelo bem de todos, os direitos de cada um são invioláveis este o princípio maior da justiça e decorrendo deste princípio não pode haver bem estar, liberdade ou igualdade sem que este princípio esteja satisfeito tão pouco se pode construir qualquer bem estar para a maioria sem salvaguardar primeiro o direito inalienável de cada um.
Conceitos: justiça, igualdade e liberdade
Prova de avaliação de filosofia
10º Ano de Escolaridade

Duração da Prova: 90 minutos
Ano Lectivo: 2008 / 2009

Professora : Helena Serrão Paço de Arcos 15 de Junho de 2009


VERSÃO 1
I
(2x30 Pontos)
Escolha apenas DUAS das três questões propostas



"A justiça é a virtude primeira das instituições sociais, tal como a verdade o é para os sistemas de pensamento. Uma teoria, por mais elegante ou parcimoniosa que seja, deve ser rejeitada ou alterada se não for verdadeira; da mesma forma, as leis e instituições, apesar de poderem ser eficazes e bem concebidas, devem ser reformadas ou abolidas se forem injustas. Cada pessoa beneficia de uma inviolabilidade que decorre da justiça, a qual nem sequer em benefício do bem-estar da sociedade como um todo poderá ser eliminada. Por esta razão, a justiça impede que alguns percam a liberdade para outros passarem a partilhar um bem maior. Não permite que os sacrifícios impostos a uns poucos sejam compensados pelo aumento das vantagens usufruídas por um maior número. Assim, numa sociedade justa, a igualdade de liberdade e direitos entre os cidadãos é considerada definitiva. "


John Rawls, Uma teoria da justiça
Vocabulário: parcimoniosa = moderada, poupada
Inviolabilidade = impossibilidade de violação
Abolida = retirada


Leia o texto com atenção e responda de forma clara e objectiva às seguintes questões:


1. Analise logicamente o texto.

2. Explique os princípios da justiça social segundo Rawls.


3. Que se entende por experiência estética?


II

(3x20 Pontos)

Escolha a opção correcta e justifique a sua escolha;


1. Os juízos de facto e os juízos de valor:

a. Os primeiros são subjectivos e os segundos objectivos.
b. Os primeiros têm valor de verdade e os segundos não.
c. Os segundos não são discutíveis e os primeiros são.
d. Não se distinguem

2. Escolha a afirmação correcta. Justifique.

a. Os valores não são hierarquizáveis
b. Os valores éticos regulam a acção humana.
c. A justiça é um valor estético.
d. Os valores de utilidade são espirituais.
.

3. O véu da ignorância

a. É a garantia da equidade e da igualdade de oportunidades
b. É a garantia da justiça a partir do concreto
c. É uma posição discriminatória.
d. É uma posição em que cada julga consoante os seus interesses


III

(2x40 Pontos)
Desenvolva os seguintes temas:


"(…) é necessário que o indivíduo transfira para a sociedade todo o seu poder, de modo que só esta possa ter o direito sobre todas as coisas, um direito soberano de natureza, isto é, uma soberania de comando à qual cada um terá de obedecer, seja livremente seja por temor do derradeiro suplício. todo o direito natural."
Espinosa, Tratado teológico - político

1. Desenvolva o tema anunciado no texto a propósito da legitimidade do Estado e como se funda essa legitimidade.


"A arte é uma actividade humana que consiste nisto: em uma pessoa conscientemente, por intermédio de certos sinais externos, levar a outras pessoas a sentimentos de que teve experiência e que estas sejam contagiadas por tais sentimentos e deles também tenham experiência. "

Leão Tolstoi, O que é a arte?

2. A Estética e as teorias sobre a Arte. Desenvolva um ensaio de aproximadamente 20 linhas sobre este tema. Tenha em conta os problemas filosóficos e a argumentação assim como as teses apresentadas.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A Experiência e a atitude estética

O que define a experiência estética?

O que faz da experiência estética uma experiência diferente?


A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA É UMA EXPERIÊNCIA DESINTERESSADA
Isto é, não temos qualquer interesse prático, ela não é um meio para satisfazer uma necessidade mas vale por si.Ver um desafio de futebol também é uma experiência desinteressada e não é uma experiência estética:A experiência estética produz-se com objectos estéticos.Objectos estéticos são os objectos encarados na sua forma, harmonia,cor que afectam a nossa sensibilidade estética.Exemplo: Um concerto, Uma dança, uma peça, um filme, um pôr do sol.Objectos sobre os quais podemos emitir juízos estéticos como:“É Belo!”, “Emocionou-me!”, “ A 9ª sinfonia é uma obra-prima!”A experiência estética pode decorrer da contemplação ou da produção/criação de um objecto.1. O artista cria a obra e transfigura a realidade, tem portanto a experiência dessa transfiguração.2. O receptor, aquele que é surpreendido no seu quotidiano pela forma de determinado objecto que lhe provoca admiração e emoção.3. O crítico de arte que vai ao encontro do objecto artístico para o avaliar, segundo o seu gosto mas também segundo determinado conhecimento.
Duas teorias sobre o juìzo estético:
O objectivismo estético e o subjectivismo estético
Estas teorias pretendem responder à questão:Quando emitimos um juízo estético “É Belo” falamos de uma qualidade que está no objecto? ou Falamos de uma emoção ou sentimento que surge em nós pela presença do objecto?O Objectivismo atribui ao objecto uma determinada qualidade estética.O Subjectivismo atribui ao sujeito a capacidade de se deixar tocar de um determinado modo.
A teoria objectivista na estética:
TESE: Um objecto é belo em virtude das suas qualidades e não em virtude do que sentimos quando o observamos.Argumento: As propriedades da beleza existem mesmo no objecto e são independentes dos sujeitos que os observam. Quer o sujeito veja a beleza do objecto ou não esta não depende do seu juízo. A beleza está nas coisas e não nos olhos de quem vê.Se nem todos gostam do “David” de Miguel Ângelo, não é por não ser belo mas porque não conseguem descobrir na sua forma a beleza. O problema está então no sujeito que não reconhece a beleza que existe no objecto.Se há desacordo estético, isso não quer dizer que o gosto estético seja subjectivo mas apenas que os diferentes sujeitos não se apercebem, por dificuldades culturais, intelectuais ou sensíveis, das qualidades reais do objecto e por isso ajuízam erradamente.O juízo estético será semelhante a um juízo científico. Há juízos verdadeiros e falsos. Caso descrevam ou não as qualidades intrínsecas do objecto.
Para um objectivista:O Belo distingue-se por uma série de qualidades estéticas tais como:
a. A proporção das partes que compõem o todo
b. O Equilíbrio da forma
c. A unidade do todo e das partes
d. A Harmonia da figura
e. Perfeição
f. Diversidade (Exotismo?)
g. Há características específicas (dependendo das formas de arte) e características gerais: Unidade Complexidade e Intensidade.
Intuicionista: (outra forma de objectivismo)As propriedades do Belo não são empíricas por isso não podem ser apercebidas pelos sentidos (Platão)O Belo é não se pode definir, tão pouco se pode descrever.Sabemos que é Belo por uma intuição.O dom natural para ter a percepção do Belo, só alguns a têm.

Subjectivismo estético:
Tese: Dizemos que um objecto é belo em virtude do que sentimos quando o observamos.A beleza não existe, é o nome que se dá às coisas que nos produzem agrado.Assim, o belo depende do nosso gosto, depende do modo como a nossa sensibilidade se deixa afectar pelos objectos. Assim o mesmo objecto afecta duas pessoas de diferentes modos porque elas têm diferentes sensibilidades.É Belo, porque gosto, porque me causa prazer ouvir ou contemplar um determinado objecto, daí que esse objecto, porque me agrada, seja considerado um objecto estético.Apesar de diferentes gostos é possível haver um padrão de gosto, esses padrões resumem-se a certos valores culturais assumidos por todos.Isso permite ultrapassar o cepticismo de que gostos não se discutem.O gosto também pode ser treinado e educado, pela experiência e pela discussão.Comparar e conhecer várias obras diferentes permite educar a sensibilidade.Preconceitos e modas também influenciam os juízos de gosto.Podemos justificar racionalmente os nossos juízos estéticos.

Correção da Prova de Avaliação de 20 de Maio


Grupo I

1.O tema do texto é a comparação entre o racismo e o egoísmo.
O problema do texto é o seguinte: o que têm em comum estas duas posições?
Tese: O que têm em comum é que são ambas arbitrárias.
argumento: Os racistas fundamentam as suas atitudes discriminatórias na ideia de que os negros são uma raça inferior porque são indolentes e estúpidos mas esta ideia está errada, nada há na experiência ou na razão que possa justificá-la, uma ideia que não tem justificação é arbitrária, é um capricho, uma idiotice. Também o egoísmo moral que parte do princípio de que o eu é superior aos outros não tem qualquer fundamento moral porque qualquer eu é igual ao outro, não é superior só porque é o eu de alguém. Logo, amabas as posições não t~em funadmento racional são portanto posições preconceituosas e irracionais.
Conceitos: Racismo, Arbitrário, Egoísmo

2. Estas duas posições revelam parcialidade no juízo ético, ora o juízo ético caracteriza-se pela sua imparcialidade, isto é por se colocar numa posição neutra, independente dos interesses e das inclinações individuais. o critério com que julgamos os outros deve ser o mesmo com que nos julgamos a nós e às nossas acções.

Grupo II
1.Segundo os princípios da moral deontológica de Kant, a acção correcta é aquela que traduz uma boa vontade, isto é, uma vontade afastada do interesse pessoal, uma vontade desinteressada, essa boa vontade não podia moldar-se pelas consequências materiais da acção mas apenas pelo cumprimento da lei. A lei moral ordena-nos que a máxima da nossa acção possa ser universalizável, ora mentir mesmo que seja para um bom fim, não pode ser universalizável. O arquitecto não devia mentir.
Quanto à moral utilitarista a acção correcta deve proporcionar o maior bem ao maior número de pessoas, entendendo-se como maior bem, para avaliar a acção teríamos de equacionar a qualidade do bem proporcionado, se é duradouro e a quantidade de pessoas que seriam afectadas pela acção. Assim, segundo estes princípios o facto do arquitecto não mentir, seria bom para a sua consciência mas, possivelmente teria como consequência a prisão do presidente da Câmara e o congelamento das verbas. Justificar-se-ia então mentir desde que as consequências fossem minorar o sofrimento e proporcionar o maior Bem ou felicidade ao maior número de pessoas, facto que seria possível através da mentira.

2. O fundamento da autoridade do Estado é o Pacto social que os cidadãos livres fazem entre si e com o governante. Este contrato é vinculativo, isto é, obriga os cidadãos ao seu cumprimento, é um compromisso de todos perante todos, neste aspecto ninguém tem o direito de o transgredir ou de o negar, pois deve sujeitar-se à vontade da maioria que o fez tendo em conta a paz e a segurança. O fundamento da autoridade do Estado também pode ser a necessidade natural dos indivíduos de se organizarem em comunidades para a satisfação plena dos interesses comuns.

Existem teorias contratualistas como a que defende john Locke e teorias naturalistas como a de Aristóteles, ambas defendem a necessidade de um Estado com Autoridade sobre todos os cidadãos mas têm, contudo, justificações diferentes. Enquanto para Locke existe um estado natural em que os homens gozam, cada um, de todos os poderes e de todas as liberdades mas com o direito da propriedade privada, sentem-se incapazes de a defenderem e por isso têm a necessidade de um Estado que a defenda e estalecem então um contrato social; para Aristóteles o estado natural do homem é um estado civil, na polis, sujeito a leis que possibilitem o bem comum, essas leis e essa organização são intrínsecas à natureza humana, sem elas o homem não o seria mas sim um animal.
O Estado é uma instituição organizada que tem um governo, um povo e um território. É constituída por uma hierarquia de poderes que se vigiam mutuamente e obedece a um conjunto de leis que é comum a governantes e cidadãos em geral. Tem o poder executivo de aplicar as leis, poder legislativo de as fazer e judicial de punir quem desobedeça. Tem como função cobrar impostos, assegurar o direito à segurança, ao trabalho, saúde e educação de todos os cidadãos, a defesa do território e das fronteiras.


Grupo III


1. A norma moral não está escrita nem é oficializada num código de leis tal como a Lei jurídica. A norma moral é um conjunto de princípios e regras de conduta que se impõem à consciência mas que não têm um carácter obrigatório, isto é, o sujeito tem a liberdade de não as seguir, embora isso possa ter como consequência, o remorso, a culpa ou a marginalização social, o seu incomprimento não implica penas como a prisão ou a multa. No caso da lei jurídica, há um carácter impositivo e obrigatório e o seu incomprimento é punido com a prisão ou a multa.

Prova de 18 de Maio de 2009


PROVA DE AVALIAÇÃO DE FILOSOFIA


Duração da Prova: 90minutos Ano Lectivo: 2008/2009

Professora Helena Serrão Paço de Arcos, 18 de Maio de 2009

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Leia o teste com atenção e responda com clareza e objectividade às seguintes questões:
Grupo I

(2x 30 Pontos)


“Devemos, pois, perguntar o seguinte: Pode um racista apontar uma diferença entre, digamos, brancos e negros que possa justificar tratá-los de maneira diferente? Os racistas tentaram por vezes fazer isso descrevendo os negros como estúpidos, falhos de ambição, e outras coisas que tais. Se isso fosse verdade, poderia justificar-se tratá-los de forma diferente, pelo menos em algumas circunstâncias. (Este é o propósito de fundo dos estereótipos racistas, oferecer as "diferenças relevantes" necessárias para justificar as diferenças de tratamento.) Mas naturalmente isso não é verdade, e de facto não há tais diferenças genéricas entre as raças. portanto, o racismo é uma doutrina arbitrária, pois advoga o tratamento diferenciado das pessoas, apesar de não haver entre elas diferenças que o justifiquem.
O egoísmo é uma teoria moral do mesmo género. Advoga que cada pessoa divida o mundo em duas categorias de pessoas nós e todos os outros - e que encare os interesses dos do primeiro grupo como mais importantes que os interesses dos do segundo grupo. Mas, pode cada um de nós perguntar, qual é afinal a diferença entre mim e todos os outros que justifica colocar-me a mim mesmo nesta categoria especial? Serei mais inteligente? Gozarei mais a minha vida? Serão as minhas realizações mais notáveis? Terei necessidades e capacidades assim tão diferentes das necessidades e capacidades dos outros? Em resumo, o que me torna tão especial? Ao não fornecer uma resposta, o egoísmo ético revela-se uma doutrina arbitrária, no mesmo sentido em que o racismo é arbitrário. Além de explicar a razão pela qual o egoísmo ético é inaceitável, isto lança também alguma luz sobre a questão de saber por que devemos importar-nos com os outros.”
James Rachels, Problemas da Filosofia Moral

Arbitrário= fruto do capricho, ao acaso, sem razões


1. Esclareça o tema, problema, tese/s , argumentos e conceitos principais expostos no texto.

2. Segundo o texto, há duas posições que não têm fundamento moral. Quais. Porquê?

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Grupo II

(2x40 Pontos)



Imagine a seguinte situação: Um arquitecto de Mondim receberá uma grande quantia em dinheiro se testemunhar, em tribunal, a favor do Presidente da Câmara. O arquitecto sabe que o presidente da Câmara desviou fundos camarários para a sua conta pessoal. Pedem-lhe que oculte as provas que tem e que minta, em troca receberá além do dinheiro a aprovação do presidente para financiar um projecto de construção de casas, um centro cultural e uma vasta zona verde para os habitantes de uma zona degradada da cidade que vivem em barracas.

1. A partir dos princípios da moral deontológica de Kant e da moral utilitarista de Stuart Mill, qual a decisão moralmente correcta? Porquê?

2. O que se entende por Estado e como se legitima a sua autoridade? (Compare duas teorias sobre a legitimação da autoridade do Estado)


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Grupo III


(2x30 Pontos)

Se a moral reinasse não teríamos necessidade de polícia, de leis, de tribunais, de forças armadas: não teríamos necessidade de Estado nem, portanto, de política!

A. Comte- Sponville




Distinga norma moral e lei jurídica?


Exponha, em aproximadamente 20 linhas, um tema/problema do mundo contemporâneo. Tenha em conta o capítulo que leu do livro de Peter Singer “Escritos sobre uma vida Ética”.

Critérios de avaliação:
Domínio dos conteúdos,
correcta colocação dos problemas,
linguagem clara.