segunda-feira, 28 de novembro de 2016

MATRIZ DO 2ºTESTE DE FILOSOFIA - DEZEMBRO 2016



CONHECIMENTOS E CAPACIDADES

Compreender a especificidade da Filosofia face a outros saberes.
Identificar as áreas de investigação da Filosofia.
Compreender as competências inerentes ao trabalho filosófico.
Distinguir Filosofia e Ciência.
Distinguir Filosofia e Senso Comum
Distinguir acontecer, fazer e agir.
Explicitar os conceitos da rede conceptual da ação humana.
Distinguir as condicionantes da ação.
Problematizar a questão da liberdade e determinismo como dimensões da ação humana.
Analisar logicamente um texto filosófico.

CONTEÚDOS

1. Abordagem Introdutória à Filosofia e ao filosofar

1.1 O problema da definição da Filosofia.
1.2. As áreas de investigação da Filosofia.
1.3. A dimensão discursiva do trabalho filosófico.
1.4. Filosofia. Ciência e Senso Comum

2. A especificidade do agir humano
2.1. Acontecer, fazer e agir.
2.2.Rede conceptual da ação: agente, intenção, consciência, liberdade, responsabilidade, motivo, deliberação e decisão.
2.3.As condicionantes da ação humana: Físico-biológicas, psicológicas e histórico-culturais.


3. Determinismo e liberdade na ação humana
3.1 O homem como agente criador: a liberdade da ação.
3.2 Determinismo versus liberdade: as várias teorias filosóficas.

ESTRUTURA

Todas as questões são de resposta obrigatória

 Grupo I
(50 PONTOS)
(pode mobilizar toda a matéria dada)
 Questões
V/F , escolha múltipla ou correspondência

Grupo II
(100 PONTOS)
(Três questões
de resposta objetiva, com a possibilidade de integrar alíneas)

 Grupo III
(50 PONTOS)
Questão de análise e reflexão sobre um
Texto

CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO

Domínio dos conceitos


Domínio dos conteúdos

 Expressão clara  e correcta

Capacidade de aplicação dos conhecimentos adquiridos

Capacidade de estabelecer relações oportunas entre os conteúdos.

 Objectividade e rigor.

             Técnica de análise de texto

domingo, 20 de novembro de 2016

Trabalho de casa


FICHA 2 – 10ºANO - ESTAMOS CONDENADOS A SER LIVRES?

(…)  o homem, estando condenado a ser livre, carrega nos ombros o peso do mundo inteiro: é responsável pelo mundo e por si mesmo enquanto maneira de ser. Tomamos a palavra "responsabilidade" no sentido corriqueiro de "consciência (de) ser o autor incontestável de um acontecimento ou de um objeto"(...)pois os piores inconvenientes ou as piores ameaças que prometem atingir a minha pessoa só adquirem sentido pelo meu projeto; e elas aparecem sobre o fundo de compromisso que eu sou. Portanto, é insensato pensar em queixar-se, pois nada alheio determinou aquilo que sentimos, vivemos ou somos. Por outro lado, tal responsabilidade absoluta não é resignação: é simples reivindicação lógica das consequências de nossa liberdade. O que acontece comigo, acontece por mim, e eu não poderia deixar me afetar por isso, nem revoltar-me, nem resignar-me. Além disso, tudo aquilo que me acontece é meu; deve-se entender por isso, em primeiro lugar, que estou sempre à altura do que me acontece, enquanto homem, pois aquilo que acontece a um homem por outros homens e por ele mesmo não poderia ser senão humano. As mais atrozes situações da guerra, as piores torturas, não criam um estado de coisas inumano· Não há situação inumanas; é somente pelo medo, pela fuga e pelo recurso a condutas mágicas que irei determinar o inumano, mas esta decisão é humana e tenho de assumir total responsabilidade por ela. Mas, além disso, a situação é minha por ser a imagem da minha livre escolha de mim mesmo, e tudo quanto ela me apresenta é meu, nesse sentido de que me representa e me simboliza. Não serei eu quem determina o grau de adversidade das coisas e até sua imprevisibilidade ao decidir por mim mesmo? Assim, não há acidentes numa vida; uma ocorrência comum que irrompe subitamente e me carrega não provém de fora; se sou mobilizado para a guerra, esta guerra é a minha guerra, é feita à minha imagem e eu mereço-a. Mereço-a, primeiro, porque sempre poderia livrar-me dela pelo suicídio ou pela deserção: esses últimos possíveis são os que devem estar sempre presentes quando se trata de enfrentar uma situação. Por ter deixado, eu escolhi-a; pode ser por fraqueza, por covardia frente à opinião pública, porque prefiro certos valores ao valor da própria recusa de entrar na guerra (a estima dos meus parentes, a honra de minha família, etc.). De qualquer modo, trata-se de uma escolha. Essa escolha será reiterada depois, continuamente, até o fim da guerra; portanto, devemos subscrever as palavras de J. Romains: "Na guerra, não há vítimas inocentes". Portanto, se preferi a guerra à morte ou à desonra, tudo se passa como se eu carregasse inteira responsabilidade por esta guerra. Sem dúvida, outros declararam a guerra, e eu ficaria tentado, talvez, a considerar-me um simples cúmplice. Mas esta noção de cumplicidade não tem mais do que um sentido jurídico; só que, neste caso, tal sentido não se sustenta, pois de mim dependeu o fato de que esta guerra não viesse a existir para mim e por mim, e eu decidi que ela existisse. Não houve coerção alguma, pois a coerção não poderia ter qualquer domínio sobre uma liberdade; não tenho desculpa alguma, porque, como dissemos e repetimos nesse livro, o próprio da realidade-humana é ser sem desculpa.

Jean- Paul Sartre, O ser e o nada, p.678,679

1.       Que teoria sobre o livre-arbítrio defende este autor?
2.       Quais os argumentos/razões que apresenta para defender a sua teoria?
3.       Concorda com estas razões e com a teoria? Porquê?
4.       Qual o exemplo que Sartre utiliza para dar consistência à sua tese?