quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ética deontológica e Ética teleológica -comparação




ÉTICA DEONTOLÓGICA VERSUS ÉTICA TELEOLÓGICADuas perspectivas diferentes para fundamentar a moral




Em que diferem estas perspectivas:




1. Na aplicação e utilização de conceitos
2. Na forma de considerar a moral
3. Nos fins a que deve estar submetida a acção


A moral deontológica baseia-se no princípio da autonomia da vontade face às inclinações naturais. Moral é a acção que obedece apenas ao dever. Porque só a obediência ao dever torna o ser humano livre.
A moral teleológica baseia-se na utilidade das acções para o bem estar e para aliviar o sofrimento das pessoas. Moral é a acção que produz maior bem estar ao maior número.




A moral deontológica privilegia a forma e a moral teleológica o resultado material da acção.

Explicação:


1. Na moral deontológica, a forma da acção moral é colocada a priori, é a forma que é boa ou má independentemente do resultado da acção.
Uma forma boa é aquela em que a motivação da acção pode ser universalizável.




2. Na moral teleológica, a forma - o motivo ou intenção do sujeito é substituída pela previsão que o sujeito deve fazer do resultado da sua acção. O sujeito deve prever, fazer um cálculo ou um juízo dos prós e contras e dos riscos que corre. Se intenção for boa e o resultado mau essa previsão racional não foi bem feita. Mas o que tem valor moral é o resultado material da acção do sujeito sobre o mundo.




Haverá conciliação entre prazer e dever ou são inconciliáveis?O que se entende por prazer?
Tanto Kant como Stuart Mill consideram o prazer intelectual superior ao sensual.
A questão é: Será que o prazer deve ser o fim da acção moral?
Para Kant esse fim já existe naturalmente e a moral não é o reino da natureza mas sim da liberdade.Logo o fim da acção moral não é o prazer.
Para Stuart Mill não temos motivação para a acção moral se ela não satisfizer também um fim natural, desejável, esse fim é o prazer.



Mas o Prazer só tem valor moral se não for um prazer egoísta.
Porque o que caracteriza a moralidade das acções é o Princípio da imparcialidade (contraria a nossa natureza primária) o prazer do outro ou o seu sofrimento é semelhante ao nosso e tem o mesmo valor.



Uma acção não é moral, não é correcta se o seu resultado for apenas o prazer do próprio.
Para a moral deontológica o prazer não é um fim, o único fim em si absoluto é a dignidade da pessoa. (não especifica apenas diz que essa dignidade é a sua capacidade de ser autónoma, obedecer às leis da razão, às leis que cada um faz)




Objecções à teoria deontológica:Por ser formal e não ter em conta a totalidade da experiência do indivíduo está afastada das condições de vida concreta e impõe-se como algo demasiado exigente. Pode também legitimar actos morais com resultados práticos prejudiciais para o sujeito ou para os outros.
Vantagens da perspectiva deontológica sobre a teleológica:



lValoriza a pessoa e perspectiva da intenção visto que a pessoa só pode ter domínio sobre si própria não pode ter o domínio das situações exteriores.
lAo exigir respeito pelos princípios morais impede a instrumentalização da pessoa por outra.




Objecções à teoria teleológica:Pode criar situações de justificação moral de acções contra os princípios morais.
Pode confirmar a máxima de que os fins justificam os meios.
Vantagens da teoria teleológica sobre a deontológica:Aproxima-se do Senso-Comum e da realidade vivencial. Preocupa-se com as condições de vida da humanidade. Privilegia o altruísmo.


Conclusão?
- Poderemos conciliar o prazer e o dever?
- Será a obediência a princípios preponderante sobre a avaliação das situações concretas?
- Não haverá leis morais absolutas?
- Será o homem a estabelecer, segundo o seu juízo e tendo em conta a circunstância, o melhor e o pior?
- Deverá ser a lei moral independente da experiência e ditada pela razão?