quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Texto para resumo Diana Rodrigues 10I


Imagem: Sandro Portinari " rapazes a jogar ao eixo"

 “Proponho que chamemos ‘ação’ a um gesto ou pensamento intencionais. Uma ação é um gesto no sentido de um movimento ou de uma deslocação do corpo ou de uma parte dele. (...)

As ações podem ser positivas (o facto de se mover) ou negativas (o facto de não se mover não obstante as solicitações exteriores). Posso decidir atender ou não atender o telefone. Posso decidir ir ou não ir a um encontro. (...) O agir pode coincidir com o facto de nada fazer. (...)

Uma ação não é apenas um gesto ou uma série de gestos. Uma ação é um gesto ou uma série de gestos intencionais, no sentido em que esses gestos ou série de gestos são imputáveis a um agente. Uma ação não é um acontecimento como um tremor de terra ou uma folha morta. A ação, tal como [todo] o acontecimento, gera uma modificação no mundo, mas esta modificação, por muito pequena que seja, jamais será anónima ou cega. Trata-se sempre da ação de alguém. Dizer que uma ação é intencional é também sublinhar que uma ação tem sempre uma finalidade. O agente não age por agir, ele age por ou em vista de qualquer coisa, porque visa um resultado, porque o seu gesto tem um sentido (...). Esse fim ou objetivo está incluído na nossa noção de ação.”


Stéphane Ferret (2007). Aprender com as coisas – Uma iniciação à filosofia. Asa, pp. 84-85.


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