
1. Francisco é um homem. 2. Todos os homens vivem na terra. Conclusão: Francisco vive na terra.
1. A maçã um tem sementes.
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E quando argumentamos podemos enganar-nos; podemos argumentar bem ou mal. É por isso que a lógica é importante. A lógica permite-nos fazer o seguinte:
1) Distinguir os argumentos corretos dos incorretos;
2) Compreender por que razão uns são corretos e outros não; e
3) Aprender a argumentar corretamente.
Os seres humanos erram. E não erram apenas no que respeita à informação de que dispõem. Erram também ao pensar sobre a informação de que dispõem, ao retirar consequências dessa informação, ao usar essa informação na argumentação. Muitos argumentos incorretos não são enganadores: são obviamente incorretos. Mas alguns argumentos incorretos parecem corretos. Por exemplo, muitas pessoas sem formação lógica aceitariam o seguinte argumento:
Tem de haver uma causa para todas as coisas porque todas as coisas têm uma causa.
Contudo este argumento é incorreto. A lógica ajuda-nos a perceber por que razão este argumento é incorreto, apesar de parecer correto. Chama-se “válido” a um argumento correto e “inválido” a um argumento incorreto.
Desidério Murcho, O lugar da Lógica na Filosofia, Plátano, 2003, pp. 9, 10
À sua vontade, pense nas razões adicionais que poderia haver para pensar que o autor está correto ou incorreto. Pondere se: nossa experiência de vida fornece alguma revelação sobre os méritos dos argumentos? Caso o autor esteja correto, quais são as consequências? Para a verdade? Para as suas crenças? Para como você deve viver? Discuta com amigos sobre os argumentos, especialmente com aqueles que provavelmente discordarão de você. Elabore críticas adicionais e veja se consegue imaginar respostas em nome do autor.
David W. Concepción, Ler como um filósofo
Tradicionalmente, os filósofos quiseram
compreender a natureza de tudo, de um modo muito geral: a existência
e a inexistência, a possibilidade e a necessidade, o mundo do senso comum, o
mundo da ciência natural, o mundo da matemática, as partes e os todos, espaço e
tempo, causa e efeito, mente e matéria. Querem compreender a nossa compreensão
ela mesma; o conhecimento e a ignorância, a crença e a dúvida, a aparência e a
realidade, a verdade e a falsidade, o pensamento e a linguagem, a razão e a
emoção. Querem compreender e ajuizar o que fazemos com essa compreensão: ação e
intenção, meios e fins, bem e mal, correto e incorreto, facto e valor, prazer e
dor, beleza e fealdade, vida e morte, e mais. A filosofia é superambiciosa.
Esta breve descrição coloca uma pergunta óbvia: uma vez que os cientistas estudam muitos destes tópicos, como se relaciona a filosofia com a ciência? Estas nem sempre estiveram separadas. Desde os antigos gregos, a filosofia incluía a filosofia natural, o estudo do mundo natural (…) a filosofia natural, ou ciência natural, desenvolveu uma metodologia particular, conferindo um papel crucial à experimentação, à observação exata através de instrumentos especiais como os telescópios e microscópios, à medição e ao cálculo. (enquanto a metodologia filosófica não recorre a estes métodos, o seu método é argumentar e problematizar. Cada vez mais esta filha da filosofia se foi assemelhando a uma rival e a uma ameaça mortal à sua progenitora. (…) Se é um duelo, a filosofia parece em desvantagem, pois dispõe apenas do pensamento, ao passo que a ciência natural tem também aqueles outros métodos.
Timothy Williamson, Filosofar. Da curiosidade comum ao
raciocínio lógico. Lisboa, Gradiva,2019, p.13,14 e 15,
A busca da verdade pelos filósofos pode ser talvez comparada a um romance policial. Alguns pensam que Andersen é o assassino, outros pensam que é Nielsen ou Jepsen. Talvez o verdadeiro mistério deste crime possa ser um dia esclarecido subitamente pela polícia. Podemos também pensar que a polícia nunca conseguirá resolver o enigma. Mas este tem, no entanto, uma solução.
Mesmo quando é difícil responder a uma pergunta, é possível imaginar que a pergunta possa ter uma — e apenas uma — resposta correta. Ou há uma forma de vida após a morte ou não.
Muitos enigmas antigos foram entretanto resolvidos pela ciência. Outrora, o aspeto da face oculta da Lua era um grande mistério. Não se podia descobrir a resposta através da discussão, e assim era deixada à imaginação de cada um. Mas hoje em dia sabemos exatamente qual é o aspeto da face oculta da Lua. Já não podemos acreditar que haja um homem a viver na lua, ou que ela seja um queijo.
Segundo um filósofo grego que viveu há mais de dois mil anos, a filosofia surgiu da capacidade que os homens têm de se surpreender. O homem acha tão estranho viver, que as perguntas filosóficas surgem por si mesmas.
Pensa no que sucede quando observamos um truque de magia: não conseguimos perceber como é possível aquilo que estamos a ver. E perguntamo-nos: como é que o ilusionista conseguiu transformar dois lenços brancos de seda num coelho vivo?
Para muitos homens, o mundo parece tão inexplicável como o coelho que um ilusionista retira subitamente de uma cartola até então vazia.
No que diz respeito ao coelho, percebemos claramente que o ilusionista nos enganou. O que pretendemos descobrir é como nos enganou. Quando falamos sobre o mundo, a situação é diferente. Sabemos que o mundo não é pura mentira, uma vez que nós estamos na Terra e somos uma parte do universo. Na verdade, somos o coelho branco que é retirado da cartola. A diferença entre nós e o coelho branco é apenas o facto de o coelho não saber que participa num truque de magia. Connosco passa-se de modo diferente. Sentimos que tomamos parte em algo misterioso, e gostaríamos de esclarecer de que modo tudo está relacionado.
P.S. No que diz respeito ao coelho branco, o melhor é talvez compará-lo com o conjunto do universo. Nós, que vivemos aqui, somos parasitas minúsculos que vivem na pele do coelho. Mas os filósofos procuram trepar pelos pêlos finos, de modo a poderem fixar nos olhos o grande ilusionista.
Estás a seguir-me, Sofia? Receberás a continuação.
Jostein Gaarder, O mundo de Sofia
Conteúdos / Competências
Cada
teste avalia competências diferentes: O primeiro TESTE avalia a competência do
domínio dos conceitos: Conceptualização
que vale 30% na avaliação final. O segundo teste destina-se a avaliar as
competências de Problematização e
Argumentação que valem 45% na avaliação final.
Primeiro Teste – Conceptualização - 10 questões de escolha múltipla e 2 questões de definição de
conceitos com resposta curta. 10x15 + 2x25 Pts = Total 200 Pontos
Segundo Teste – Problematização e
Argumentação
Grupo
I - 1 questão de análise
lógica de texto – 40 Pontos
Grupo II - 3 questões de desenvolvimento com alíneas - Total 200Pontos
Competência transversal:
Comunicação/ Correção escrita.
1. Análisar logicamente o texto filosófico.
2. Duas teorias sobre os fundamentos da moral/ética: A teoria deontológica
de Kant e a teoria utilitarista de Stuart Mill.
2.1. A teoria deontológica de Kant:
a. Agir por dever, em conformidade com o dever e contra o dever/ Distinguir e
exemplificar.
b. O critério da ação moral: Agir tendo como intenção o cumprimento do dever
pelo dever. Explicar porque é a intenção e não as consequências são o critério
moral.
d. A lei moral e a sua forma: O imperativo categórico. Saber formular o
imperativo categórico nas suas duas formulações.
e. Objeções. Avaliar a teoria deontológica.
2.2. A teoria utilitarista de S.Mill:
a. O critério da moral: A felicidade para o maior número. Saber explicar este
critério.
b. A valorização das consequências da ação. Vantagens e desvantagens deste
critério.
c. O que se entende por felicidade. Caracterizar o conceito.
f. Objeções. Avaliar a teoria utilitarista.
2.3. Relacionar as duas teorias
éticas (quanto ao critério da ação moral,
quanto às regras morais, quanto à finalidade e quanto ao fundamento)
3. Filosofia política: A teoria da justiça como equidade de Rawls.
3. 1. O que é uma sociedade justa: a noção de um libertarismo igualitário.
3.2. Compreender a noção de equidade
3.2. Explicar a necessidade de um contrato social.
3.2. Argumentar a favor de um contrato justo entre os cidadãos: o véu da ignorância.
3,3, Expôr os princípios da justiça
3. 4. Criticar a teoria de Rawls: O corporativismo de Sandel e o o libertarismo de Nozick
3. 5. Explicitar os problemas da filosofia política,
ARGUMENTAÇÃO E
PROBLEMATIZAÇÃO
5 Questões. (5x40=200
Pontos)
Resposta estruturada e
desenvolvimento do conteúdo. Exige conhecimento do tema e justificação das
respostas dadas. Interpretação/Análise dos argumentos e das teses de um
de texto.
PROBLEMATIZAÇÃO -
Saber formular
questões/problemas. Colocar objeções a uma teoria. Avaliar criticamente uma
teoria.
Critérios de avaliação:
1. Dominar com rigor os conhecimentos
exigidos para responder às questões.
2. Utilizar os conceitos filosóficos.
3. Expor de forma clara e objetiva o pensamento.
4. Saber analisar
logicamente um texto.
5. Selecionar no texto
o que é necessário para responder.
6. Aplicar os conhecimentos adquiridos a novas situações.
7. Avaliar as várias teorias contrapondo argumentos.
8. Justificar com razões fortes as suas posições.
9. Escrever com correção.