Os textos filosóficos têm conclusões, razões, críticas e respostas. Primeiro, discirna o que o autor espera defender (Tese). Embora a conclusão seja geralmente declarada bem no início, pode ser que esteja no final da primeira secção, bem como pode não ser declarada com clareza até a secção final do ensaio. Segundo, descubra por que o autor acha que está certo. Tipicamente, o argumento inicial deve aparecer no início no ensaio, mas pode ser que não seja mobilizado por completo até o final. Ao longo do texto, é provável que o autor considere objeções às asserções que faz. É importante notar a mudança na voz que procede a explicação de uma objeção. Por exemplo, um leitor pode ver “críticos dessa ideia podem argumentar…” Essas mudanças, frequentemente breves, e às vezes apenas implícitas, para a voz do crítico são cruciais para localizar o argumento. Em quase todos os casos, uma objeção será seguida por um retorno à voz do autor: “Como resposta...”. Marcar onde os movimentos do argumento, da crítica e da resposta ocorrem, torna muito mais fácil reunir todo o argumento. (…)
À sua vontade, pense nas razões adicionais que poderia haver para pensar que o autor está correto ou incorreto. Pondere se: nossa experiência de vida fornece alguma revelação sobre os méritos dos argumentos? Caso o autor esteja correto, quais são as consequências? Para a verdade? Para as suas crenças? Para como você deve viver? Discuta com amigos sobre os argumentos, especialmente com aqueles que provavelmente discordarão de você. Elabore críticas adicionais e veja se consegue imaginar respostas em nome do autor.
David W. Concepción, Ler como um filósofo

Nenhum comentário:
Postar um comentário