segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Texto para resumo Maria Eduarda 10I



Bruno Henriques rgio Duarte 

Humoristas Jovem Conservador de Direita 

Há uns anos, criamos uma personagem satírica a que chamamos Jovem Conservador de Direita. Esta personagem é, digamos assim, um idiota que recorre sistematicamente às regras da argumentação, subvertendo-as e manipulando-as, de modo a sustentar e reforçar as suas posições. Entre outras coisas, usamos esta personagem para, recorrendo à ironia e à sátira, expor ao ridículo pessoas que pervertem os princípios da logica para persuadirem outras pessoas das suas posições. É uma espécie de espelho, em que respondemos à manipulação com manipulação, para que quem manipula prove do seu próprio veneno

No universo desta personagem, o objetivo de um debate político não é o de apresentar bons argumentos a favor de uma posição, mas destruir o adversário. O debate é um jogo com um vencedor e um perdedor, e nós queremos ser os vencedores. Para isso acontecer, temos várias hipóteses de nos relacionarmos com o adversário: falar mais alto; falar mais rápido, metralhando-o com vários argumentos, insultos e acusações a que ele não vai ter tempo de responder; falar por cima dele e rirmo-nos dos seus argu mentos, mesmo que não tenham piada; atacá-lo por uma coisa que ele não disse ou por uma posição que não defendeu. Se os argumentos dele forem mesmo bons, cria mos um espantalho e falamos com o adversário como se ele fosse esse espantalho. O melhor político tem de dominar as falácias do ponto de vista do utilizador, porque o cidadão comum não quer saber de lógica. O cidadão comum gosta de vencedores e de pessoas que esmagam o seu adversário, não importa como. A democracia é o poder do povo e o povo tende a dar poder aos que o conseguem convencer, e não necessaria mente aos que têm os melhores argumentos. Se, mesmo recorrendo ás melhores falá cias, o adversário continuar a argumentar, temos mesmo de recorrer à bomba atómica das falácias: comparar o adversário com o Dr. Hitler - sim, o idiota que criamos trata toda a gente por "Doutor", com o objetivo de conferir autoridade a quem não a tem necessariamente. É o apogeu de qualquer discussão e ganha a primeira pessoa que o fizer. A partir do momento em que empurramos o nosso adversário para o campo dos nazis, ele fica do lado do mal, independentemente da validade dos seus argumentos. E as pessoas tendem a gostar de quem não é o Dr. Hitler

Como podes perceber, nós estivemos com muita atenção nas aulas de filosofia. Apesar de toda a gente nos dizer que "a filosofia não serve para nada", ela deu-nos as ferra mentas para criarmos a nossa personagem. É verdade que usamos a filosofia para o mal, isto é, aprendemos as regras da argumentação e ganhamos a vida a subvertê-las, mas nós podemos, porque somos humoristas! A ti cabe-te fazer isto, mas ao contrário. Foca-te no argumento e não no aparato. Porque uma das coisas que a nossa persona gem revela é que o aparato pode cegar. 


Nenhum comentário: