terça-feira, 11 de outubro de 2022

Texto para resumo Gustavo 10I


 “As partes relevantes de um argumento são, em primeiro lugar, as suas premissas. As premissas são o ponto de partida, ou o que se aceita ou presume, no que respeita ao argumento. Um argumento pode ter uma ou várias premissas. A partir das premissas, os argumentos derivam uma conclusão. Se estamos a refletir sobre um argumento talvez por termos relutância em aceitar a sua conclusão, temos duas opções. Em primeiro lugar, podemos rejeitar uma ou mais das suas premissas. Em segundo lugar, podemos rejeitar também o modo como a conclusão é extraída das premissas. A primeira reação é que uma das premissas não é verdadeira. A segunda é que o raciocínio não é válido. É claro que o mesmo argumento pode estar sujeito a ambas as críticas: as premissas não são verdadeiras e o raciocínio aplicado é inválido. Mas as duas críticas são distintas (e as duas expressões, ‘não é verdadeira’ e ‘não é válido’ marcam bem a diferença).

No dia a dia, os argumentos também são criticados noutros aspetos. As premissas podem não ser muito sensatas. (...) Mas ‘lógico’ não é um sinónimo de ‘sensato’. A lógica interessa-se em saber se os argumentos são válidos, e não se são sensatos. E vice-versa, muitas das pessoas a que chamamos ‘ilógicas’ podem até usar argumentos válidos, mas serão patetas por outros motivos. A lógica só tem uma preocupação: saber se não há maneira de as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa.”


Simon Blackburn (2001). Pense. Uma introdução à filosofia. Gradiva, pp 201-202.


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