segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Resumo/Análise de texto Lara Silva 10E

  

A distinção entre verdade e validade

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"É necessário agora distinguir claramente a validade, ou a correcção de um raciocínio, da verdade. A validade é uma propriedade dos raciocínios e não das proposições que os compõem, ao passo que a verdade é uma propriedade das proposições que compõem os raciocínios. Isto é, uma proposição pode ser verdadeira ou falsa; mas não faz sentido dizer que é válida ou inválida. Pelo contrário, um raciocínio é válido ou inválido mas não faz sentido dizer que é verdadeiro ou falso. Esta não é uma mera convenção, nem uma distinção meramente verbal; ela corresponde à diferença que existe entre a avaliação de um raciocínio e a avaliação de uma proposição. Avaliar uma proposição é muito diferente de avaliar um raciocínio. Quando avaliamos um raciocínio e sancionamos a sua qualidade, afirmamos que ele nos “conduz” à verdade, assumindo que as premissas são verdadeiras. Esta verdade a que ele nos “conduz” é a proposição que se conclui. Assim, avaliar positivamente um raciocínio é afirmar que, assumindo a verdade das suas premissas, ele nos garante a verdade da conclusão. Logo, temos de distinguir essa qualidade que os bons raciocínios têm, que consiste em garantir a verdade das suas conclusões, da própria verdade das suas conclusões: é preciso distinguir o comboio que nos conduz ao Porto, do Porto."

- Desidério Murcho, Limites do papel da lógica na filosofia, em https://criticanarede.com/logica2.htm

             

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