quinta-feira, 11 de abril de 2019

Correção do teste de Março de 2019


Grupo I
Análise lógica do texto de Espinosa.
1. Tema: liberdade humana.
Problema 1 : O que é ser livre?
Problema 2: Será que o homem é livre?
Tese 1: Uma coisa livre é aquela que age apenas pela necessidade da sua natureza.
Argumento: Deus é livre  porque age segundo a necessidade da sua natureza sem ser constrangido e determinado por outro a existir de um certo modo preciso alheio à sua natureza.
Tese 2: O homem pensa ou tem a ilusão que é livre mas não é.
Argumento: Como qualquer objeto singular e criatura, não age pela sua natureza mas determinado por uma certa causa exterior. A pedra ao mover-se tem uma causa (algo exterior)que a faz mover, ela pode ter a ilusão de que se move por si mas é apenas uma ilusão pois todos os objetos são determinados a agir segundo determinadas causas que lhes são exteriores. O homem é consciente do que o faz mover, os seus desejos e crenças, mas ignora porque tem estes desejos e crenças que são consequência de uma qualquer lei que os faz existir desse modo.
Conceitos:  Liberdade e Necessidade, Lei determinada.

2. O autor defende a tese dos deterministas radicais, isto é, que qualquer coisa que se mova e aja, a sua ação é causada por outros acontecimentos. O homem não sendo causa de si também não pode ter em si, nem sequer dominar, as causas que o fazem ser e agir de um modo determinado.
Argumentos dos deterministas. Argumento da causalidade à distância: As nossas ações são o efeito de causas como acontecimentos passados e fatores físicos, leis naturais, que não controlamos. Argumento da inevitabilidade: Assim como um computador está programado de um determinado modo e só pode responder de acordo com a programação prévia, assim também temos crenças e desejos e não podemos agir de outro modo senão segundo o que queremos e acreditamos. Exemplo do texto: “todo o objeto singular é necessariamente determinado por qualquer causa exterior a existir e a agir segundo uma forma precisa e determinada.”
Principal argumento determinista. A nossa ação intervém no mundo físico. Tudo no mundo físico tem uma causa, logo a nossa ação é como qualquer acontecimento, também tem uma causa que o faz ocorrer. O princípio do determinismo — que tudo o que acontece tem uma causa; O princípio de que se uma ação é determinada a ser de um certo modo de acordo com acontecimentos passados, então não é livre (a pessoa não poderia realmente ter escolhido não a fazer).Portanto, Espinosa considera que as nossas ações são necessariamente de um certo modo de acordo com as causas que as precederam e, sendo assim, não poderiam ser de outro modo, logo, não há verdadeiramente uma escolha, apesar de pensarmos que sim.

3.Argumentos a favor do Livre-arbítrio: (tradicional)
1. Admite uma Posição dualista de que há uma mente distinta do corpo, que as crenças e desejos do sujeito representam escolhas deliberadas e refletidas e que são essas escolhas que nos fazem agir de determinado modo. A mente ou alma obedece a crenças e valores que dependem do nosso estado de conhecimento e não de causas físicas. A mente é livre.

2. Posição de Searle.
Não é dualista mas monista (a mente é uma função do cérebro) corpo e mente têm a mesma substância mas obedecem a leis diferentes e apresentam características diferentes.
Características da mente diferentes do corpo: Consciência, parece uma característica única da mente que não pertence ao corpo. Intencionalidade .capacidade de um estado mental se dirigir ao mundo e ao mesmo tempo a si próprio.Subjetividade dos estados mentais. Ver o mundo a partir de um certo ponto de vista, ter dores que só são experimentadas pelo sujeito por mais ninguém.

A conceção de que somos livres é uma convicção da nossa consciência que é inseparável do estado mental que nos diz que temos sempre alternativas e que podemos fazer outra coisa diferente do que fazemos.
Também temos a experiência de que somos livres porque podemos agir contrariando as expectativas e ordens.
A conclusão a retirar destes argumentos é a de que os fatores psicológicos que nos impelem a agir podem influenciar mas não determinam o comportamento ( não há determinismo psicológico),logo, a possibilidade de alternativas (escolhas) faz parte , é intrínseca do comportamento humano voluntário e intencional.
Fica por explicar de que modo as ações (mentais) interferem no mundo (físico).


Grupo III
1. Ações voluntárias são aquelas cujo motivo é intrínseco ao agente, isto é, faz parte do agente e depende das suas intenções (exemplo: jogar futebol) enquanto ações involuntárias são aquelas cujo motivo é extrínseco ao agente e não depende dele, quando suamos  ou espirramos e alguém passa e leva com o nosso espirro, ou por coação externa ou interna, fechar e abrir as pálpebras . Ações mistas são aquelas que em parte são voluntárias e em parte involuntárias, ações por negligência, por ignorância, forçadas ou coagidas (exemplo: dar um pontapé numa bola, ignorar os vidros das salas e a bola partir o vidro).


2. Será a ideia geral de que tudo é determinado por causas, compatível com a crença no livre-arbítrio? Será que o Homem é como todo o elemento natural e como tal está determinado? Ou sendo natural, não é do mesmo modo que outros seres?

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