quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Relativismo Cultural

O Relativismo cultural , o que é?

É uma posição sobre a diversidade cultural e moral. Admite que não há valores absolutos e que todos os valores são relativos a uma determinada sociedade. Cada sociedade tem os seus padrões valorativos.

Consequentemente: Não poderemos julgar nenhuma prática cultural porque elas têm um sentido inseridas numa cultura.
Nenhuma cultura é superior a outra, são apenas diferentes.

Exemplo: Para os guineenses tem valor a excisão das mulheres, é sinal de pureza. Seria uma aberração as mulheres terem prazer.
Para um ocidental é uma aberração a excisão é valorizado o prazer da mulher.

Argumentos a favor:


1. Respeito pela diversidade cultural que é um factor de desenvolvimento das culturas. A aculturação só é possível porque há diversidade cultural. A aprendizagem e mudança de costumes deve-se à relação e proximidade de culturas diferentes.

2. Tolerância: Não devemos interferir no universo de outras culturas e devemos respeitá-las porque uma prática é correcta dentro de um cultura, julgá-la ou tentar mudá-la é impor o padrão da nossa cultura e dos nossos valores sobre os outros.

3. Igualdade biológica e psicológica das raças. Está provado cientificamente que as raças não diferem substancialmente umas das outras nem biológica nem psicologicamente, só divergem culturalmente, logo não há razões para crer que uma cultura é superior a outra.

Objeccções: (argumentos contra)

Se aceitarmos esta posição como correcta devemos aceitar como válidos todo o tipo de práticas. Parece-nos que há certas práticas que não devem ser aceites.

1 As culturas evoluem: È certo que algumas sociedades evoluem: por exemplo a escravatura tinha um valor positivo e era uma prática na América do Norte e hoje é uma aberração. Se as sociedades evoluem é porque compreendem que certas práticas são más e que é melhor substitui-las por outras mais conformes à natureza humana. Mais equilibradas para todos. A ciência ajudou a perceber que todos somos iguais. O relativismo conduz-nos ao conformismo e à indiferença.



2. Há revoltas dentro das sociedades. No seio de uma certa cultura muitas pessoas mais informadas não concordam com certas práticas, nem sempre há unanimidade, e há desvios à norma. Portanto muitos costumes não são livremente aceites mas são impostos pela inércia da tradição.


3. Pelo facto de não sabermos o melhor não significa que não exista. Os relativistas confundem a diversidade de opiniões com a inexistência da verdade. Se formos relativistas então não há valores morais absolutos. Assim todos as regras morais são possíveis e nenhuma é melhor que outra. Isso não significa que não há moral, significa apenas que ela não é única, que há diferentes regras e princípios consoante as sociedades.
Pelo facto de não sabermos que há vida em Andrómeda, não quer dizer que não haja uma verdade sobre isso.

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