segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

EXERCÍCIO SOBRE OS JUÍZOS DE FACTO E JUÍZOS DE VALOR.

 


1.  Que tipo de valor está presente em cada uma das afirmações?

 

1. A tortura é uma violação inaceitável dos direitos humanos.
2. Tem músculos de aço.
3. É mais belo um Ferrari do que a Vénus de Milo.
4. A desvalorização do Euro não convém à Europa.
5. Traiu a confiança dos seus amigos.
6. A única superpotência é Deus.
7. A democracia é o pior dos regimes excetuando todos os outros.

2. QUAIS DESTAS AFIRMAÇÔES SÃO JUÍZOS DE VALOR E QUAIS SÃO OS JUÍZOS DE FACTO?

 

1. O Holocausto foi moralmente horrível.
2. O Holocausto é considerado moralmente horrível.
3. A liberdade é mais importante que a justiça.
4. A justiça é mais importante que a liberdade.
5. Se a justiça é mais importante do que a liberdade, a liberdade é menos importante que a justiça.
6. Muitas pessoas valorizam a liberdade.
7. É bom que as pessoas valorizem a liberdade.
8. Há quem julgue que não é bom valorizar a liberdade.

9. A Teresa gosta de “Xutos e Pontapés”

10. Na segunda guerra mundial morreram 20 milhões de russos.

 

3. Distinga juízos de facto e juízos de valor.

domingo, 5 de fevereiro de 2023

Texto para resumo Andreia 11A e Amanda 10I

Robert Doisneau

O que são os valores? Dizemos que os valores não existem por si mesmos: necessitam de um depositário sobre o qual descansam. Aparecem-nos, portanto como meras qualidades desses depositários: beleza de um quadro, elegância de um vestido, utilidade de uma ferramenta. Se observarmos o vestido, o quadro ou a ferramenta, veremos que a qualidade valorativa é distinta das outras qualidades.

Nos objectos mencionados há algumas qualidades que parecem essenciais para a própria existência dos objectos, por exemplo, a extensão. Mas o valor não confere nem agrega ser, pois a pedra existia plenamente antes de ser talhada, antes de se transformar num bem.

Enquanto as qualidades primárias não se podem eliminar dos objectos, bastam uns golpes de martelo para terminar com a utilidade de um instrumento ou a beleza de uma estátua. Antes de incorporar-se no respectivo portador ou depositário, os valores são meras "possibilidades", isto é, não têm existência real mas virtual.
Ver-se-á melhor a diferença se se comparar a beleza, que é um valor, com a ideia de beleza, que é um objecto ideal. Captamos a beleza primordialmente por via emocional, enquanto a ideia de beleza aprende-se por via intelectual.
Com o fim de distinguir os valores dos objectos ideais, afirma-se que estes são, enquanto os valores não são mas valem.
Uma característica fundamental dos valores é a polaridade. Enquanto as coisas são o que são, os valores apresentam-se desdobrados num valor positivo e o correspondente valor negativo. Assim, a beleza opõe-se à fealdade, o mal ao bem. A polaridade implica a ruptura com a indiferença. Não há obra de arte que seja neutra, nem pessoa que se mantenha indiferente a escutar uma sinfonia, ler um poema ou ver um quadro.
Aliás os valores estão ordenados hierarquicamente, isto é, há valores inferiores e superiores. É mais fácil afirmar a existência de uma ordem hierárquica do que indicar qual é essa ordem e quais são os critérios para a estabelecer.
Muitos são os axiólogos que têm enunciado uma tábua de valores, pretendendo que essa seja a "TÁBUA", mas a crítica mostra rapidamente os erros de tais tábuas e dos critérios usados na sua elaboração.
O homem individualmente, bem como as comunidades e os grupos culturais concretos, manejam sempre uma tábua de valores. É certo que tais tábuas não são fixas, mas flutuantes, e nem sempre coerentes; porém é indubitável que o nosso comportamento frente ao próximo, aos seus actos, às suas criações estéticas (...) é julgá-los e preferi-los de acordo com uma tábua de valores. Submeter essas tábuas de valores, que obscuramente influem na nossa conduta e nas nossas preferências, a um exame crítico, é a tarefa a que o homem moderno não pode renunciar.

Frondizi, Qué son los valores? (México, Fondo de Cultura Económica).


TAXINOMIA/TÁBUA DE VALORES

Uma taxinomia é uma classificação. No caso dos valores isto implica uma hierarquia, isto é, uma classificação onde se selecionam e comparam os valores. esta hierarquização organiza os valores de acordo com um critério valorativo que considera os valores espirituais superiores aos valores vitais ou de utilidade porque são duradouros e são transversais a culturas e à subjetividade humana.

Tábua de valores de Max Scheller, adaptada por Ortega y Gasset

1. Valores úteis
caro-barato
abundante-escasso
necessário-supérfluo
Capaz - incapaz

2. Valores vitais

são-doente
seleto-vulgar
enérgico-inerte
forte-débil

VALORES ESPIRITUAIS:

1. Intelectuais:

conhecimento-erro
exato-aproximado
evidente-provável
Verdadeiro -Falso

2. Éticos/Morais

bom-mau
bondoso-ardiloso
justo-injusto
leal -desleal
honesto - desonesto

3. Estéticos

escrupuloso - desleixado
belo-feio
gracioso-tosco
elegante-deselegante
harmonioso-desarmonioso

4. Religiosos

sagrado-profano
divino-demoníaco
supremo-derivado
milagroso-mecânico