Correção 10D
1. A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente
relevantes. Explicação de como se poderia usar a fórmula do imperativo
categórico apresentada para condenar a mentira: – de acordo com a fórmula
apresentada, é errado agir de tal modo que alguém seja usado como um mero meio;
– quando mentimos a alguém, estamos a condicionar as decisões dessa pessoa de
acordo com os nossos interesses; – ao condicionar uma pessoa de acordo com os
nossos interesses, estamos a instrumentalizá-la (OU a tratá-la como um mero
meio).
Segundo o texto mentir nunca é
moralmente permissível, seja qual for a posição, a situação ou a necessidade de
alguém, nunca é correto mentir, nem pode haver justificação para o fazer. Pois
se ação moral deve cumprir o imperativo categórico, deve ser o único motivo o
respeito para com a lei moral cuja fórmula eleva o homem a ser um legislador,
isto é, a poder fazer da regra pela qual se segue, uma lei universal. Neste
sentido a regra “Deves mentir” nunca poderia ser uma lei universal, não podendo
ser válida para todos, não pode ter apenas valor para alguns, pois isso
significava a destruição das leis morais que por serem leis são válidas para todos
os sujeitos racionais em todas as situações. Por outro lado se houvesse uma lei
cuja máxima fosse “Deves mentir” essa máxima ao ter a pretensão de ser
verdadeira estaria a ir contra si própria, logo auto destruir-se-ia.
2. O imperativo categórico é uma ordem a que todos
os sujeitos racionais estão obrigados a obedecer, seja qual for a situação em
que se encontrem, é válida em todas as situações. Expressa-se como um dever
moral e a sua forma é a seguinte: “age de tal modo que queiras que a máxima da
tua ação possa ser constituída como lei universal para todos.” È incondicionada
pois não depende das situações.
Quanto ao imperativo hipotético é uma ordem que é
válida apenas em algumas situações, corresponde aos deveres não morais. Esta
ordem acaba quando acaba o dever que o sujeito tem de cumprir. Exemplo de um
imperativo categórico é: “Não mentir”. Um exemplo de imperativo hipotético:
“Deves estudar para passar no exame” Este dever não é incondicionado pois tem
um objetivo, está sujeito a uma condição, não apenas o dever pelo dever mas é
um meio para o cumprimento de uma certa condição que se não existir também
acaba o dever que temos, isto é, se não quisermos que confiem em nós e nas
nossas promessas, então justifica-se mentir.
Identificação do imperativo: – imperativo
hipotético. Justificação da resposta: – de acordo com o imperativo apresentado,
o dever de não mentir é respeitado na condição de querermos que acreditem em
nós quando dizemos a verdade; – de acordo com o imperativo apresentado, o dever
de não mentir é condicional e, assim, o imperativo que o ordena é hipotético; –
para ser categórico, um imperativo tem de ordenar incondicionalmente um dever
(por exemplo, ordenando do seguinte modo: «não mintas porque não deves
mentir»); – nesse caso, o dever de não mentir teria de ser respeitado em
qualquer circunstância, e não apenas na circunstância de querermos que
acreditem em nós quando dizemos a verdade.
3. A
resposta integra os aspetos seguintes, ou outros equivalentes. Apresentação da
solução que um defensor da ética de Mill adotaria: – os automóveis autónomos
devem ser programados para, em caso de acidente iminente, darem prioridade à
minimização do número total de vítimas. Justificação da solução apresentada: –
o princípio ético defendido por Mill é o princípio da maior felicidade; – de
acordo com o princípio da maior felicidade, temos o dever de promover
imparcialmente a felicidade geral; – no caso em questão, promover
imparcialmente a felicidade geral implica optar pela solução que minimiza o
número total de vítimas, atribuindo igual importância aos passageiros do
automóvel autónomo e a todas as outras pessoas envolvidas no acidente.
O princípio da "Máxima
felicidade" consiste na avaliação moral das ações segundo a felicidade que
provocam, não no agente, mas no maior número de pessoas afetadas pela ação. Por
felicidade entende-se menorizar o sofrimento e a dor e aumentar o prazer. Assim
segundo este princípio é moralmente correta uma ação cujas consequências
produzem o maior bem no maior número de pessoas. O prazer que se procura
alcançar não é espiritual e sensual, sendo o prazer espiritual superior ao
sensual. Não importa para avaliar a moralidade da ação o motivo mas a
consequência e a imparcialidade na escolha do maior bem, daí que a moral
utilitarista defenda um modelo de altruísmo e de hedonismo moderado como razões
fundamentais para agirmos moralmente.
Se o critério da
moralidade é a felicidade para o maior número, então a ação tem de ser guiada
pelos princípios da imparcialidade e do altruísmo. Imparcialidade do juízo
significa julgar casos semelhantes do mesmo modo. Implica
também a neutralidade do sujeito nos juízos, não se deixando influenciar pelas
suas inclinações ou estados de espírito. O princípio do altruísmo significa que
a felicidade que se quer alcançar não é apenas a do agente, mas a felicidade
geral, ultrapassando e contrariando assim o egoísmo primário presente em todos
os sujeitos. Daí que entre minimizar os danos sofridos sobre muitos ou
maximizar a felicidade de poucos, a alternativa utilitarista seria a primeira.
4. Não. Há diferentes valores
morais entre culturas historicamente diferentes. A moral é condicionada pela
cultura mas nem todos os princípios morais dependem da cultura. Culturas como
os Calatinos ou os Gregos, ou os Innui, conduzem os seus costumes por
princípios que são semelhantes como: "honrar os mortos",
"proteger as crianças", "honrar pai e mãe". A forma de
demonstrar esta sua moral é, contudo, diferente, uns queimam, outros comem os
seus mortos - por exemplo - . Poderemos então pôr em causa o relativismo moral
que defende que cada cultura tem os seus princípios morais, podemos compreender
que alguns destes princípios são comuns a todas as culturas, mas há é um
conhecimento dos factos diferente.
Não mentir e não matar são normas morais para todas as culturas, pois sem essas normas a sociedade não podia evoluir pois não tinha segurança nem confiança no outro. A moral existe para podermos viver com os outros e para isso temos de os respeitar como queremos ser respeitados. Se não houvesse o dever de não mentir, se mentir fosse permitido moralmente, então nenhum contrato ou transação era possível entre dois homens. Não podia estabelecer-se a confiança que permite a entreajuda necessária à sobrevivência. A moral expressa a nossa necessidade de nos ajudarmos para podermos sobreviver e evoluir enquanto comunidade; essas normas expressam os valores morais comuns a todas as sociedades, embora haja diferentes conhecimentos dos factos, da geografia e da história que os cumprem com diferentes práticas culturais.
Não mentir e não matar são normas morais para todas as culturas, pois sem essas normas a sociedade não podia evoluir pois não tinha segurança nem confiança no outro. A moral existe para podermos viver com os outros e para isso temos de os respeitar como queremos ser respeitados. Se não houvesse o dever de não mentir, se mentir fosse permitido moralmente, então nenhum contrato ou transação era possível entre dois homens. Não podia estabelecer-se a confiança que permite a entreajuda necessária à sobrevivência. A moral expressa a nossa necessidade de nos ajudarmos para podermos sobreviver e evoluir enquanto comunidade; essas normas expressam os valores morais comuns a todas as sociedades, embora haja diferentes conhecimentos dos factos, da geografia e da história que os cumprem com diferentes práticas culturais.
Grupo 3
1. Comparação das
perspetivas de Kant e de Stuart Mill relativamente ao critério de avaliação das
ações morais:
Para Kant, o unicamente
bom é boa vontade, esta está presente no motivo e intenção do sujeito quando
pratica certa ação. A ação moral é aquela que respeita o dever, sem pensar nas
circunstâncias ou consequências que possa ter para a vida da sociedade ou do
próprio sujeito. O que torna má ou boa uma ação é a intenção com que é praticada.
A intenção é determinada pela vontade de obedecer à lei moral,
independentemente de qualquer interesse ou sentimento.
Para Stuart Mill não há
ações boas ou más em si mesmas, e a intenção com que são praticadas é
irrelevante. As consequências são o único critério relevante para apreciar o
valor moral das ações. Daí que toda a avaliação moral seja "a posteriori".
Para Kant o imperativo
categórico é o princípio supremo da moralidade. Este determina que devemos agir
somente de acordo com máximas universalizáveis
Para Stuart Mill a
moralidade deve fundamentar-se no princípio de utilidade que afirma que são
boas as ações que tendem a promover de forma estritamente imparcial a
felicidade do maior número possível de indivíduos.
Comparação de Kant e de
Stuart Mill relativamente ao princípio supremo da moralidade. Para Kant o
imperativo categórico é o princípio supremo da moralidade. Este determina que
devemos agir somente de
acordo com máximas universalizáveis. Logo, o imperativo do dever diria “Não
deves mentir”, e, dado que temos provas de que alguém é corrupto, devíamos
cumprir o dever, entregando-o à justiça. Para Stuart Mill a moralidade deve
fundamentar-se no princípio de utilidade; são boas as ações que tendem a promover de forma estritamente imparcial a
felicidade do maior número possível de indivíduos. Segundo a moral kantiana
o rapaz deve dizer a verdade, porque deve obedecer à máxima moral que diz :
"Não deves mentir". Mentir é, portanto, contra a lei moral, e essa
lei não muda de acordo com as situações porque é universal e anterior a
qualquer experiência. Essas são as condições da ação moral, por mais dolorosas
que sejam as consequências, a autonomia da pessoa coloca-se na obediência à lei
da razão e não aos seus interesses e sentimentos porque se assim fosse nada na
sua ação poderia ser universalizável porque os interesses e os sentimentos
variam de pessoa para pessoa.
Segundo a moral utilitarista o rapaz deveria calcular as hipóteses de sofrimento e prazer que as consequências da sua ação teriam para a comunidade. Se encobrir o presidente fosse necessário para proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas, teria de ponderar, entre o sofrimento causado pelo dinheiro roubado e as consequências futuras. A sua ação poderia mudar favoravelmente a condição de muitos e isso justificaria mentir.
Segundo a moral utilitarista o rapaz deveria calcular as hipóteses de sofrimento e prazer que as consequências da sua ação teriam para a comunidade. Se encobrir o presidente fosse necessário para proporcionar melhor qualidade de vida às pessoas, teria de ponderar, entre o sofrimento causado pelo dinheiro roubado e as consequências futuras. A sua ação poderia mudar favoravelmente a condição de muitos e isso justificaria mentir.
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