FICHA 3 – Lógica Proposicional – AULA 5/6
Formas
de Inferência Válidas – Argumentos dedutivos válidos
Por inferência entende-se o processo pelo qual, partindo de
certas proposições dadas (premissas), se obtém uma conclusão que deriva
logicamente das premissas. Estas inferências são dedutivas pois são essas que
se estudam na lógica proposicional porque podemos reduzi-las a uma forma
lógica.
Regra lógica:Um argumento dedutivo só é inválido se tiver
premissas verdadeiras e conclusão falsa.
(Através da tabela de verdade colocamos os valores de
verdadeiro e falso das premissas e da conclusão de acordo com o valor de
verdade das proposições e sabemos se a inferência é válida ou inválida).
A: FORMAS DE INFERÊNCIAS VÁLIDAS:
1.
Modus Ponens
2.
Modus Tollens
3.
Contraposição
4.
Hipotético
5.
Silogismo disjuntivo
Hipotético
6.
Leis de Morgan
B: FORMAS DE INFERÊNCIA INVÁLIDAS: Afirmação do consequente
e Negação do antecedente.
1.
Modus
Ponens =Afirmação do antecedente
EXEMPLO:1ª Premissa:“ Se houver liberdade (antecedente P) então posso
escolher o que mais gostar(consequenteQ)
2ª Premissa: Há liberdade (afirmo o antecedente da primeira
premissa)
Conclusão: Logo,
escolho o que mais gosto” (concluo afirmando o consequente)
P
|
Q
|
P→Q
|
P
|
∴ Q
|
V
|
V
|
V
|
V
|
V
|
V
|
F
|
F
|
V
|
F
|
F
|
V
|
V
|
F
|
V
|
F
|
F
|
V
|
F
|
F
|
Na tabela de verdade vemos
que a inferência é válida porque não há nenhum caso onde as premissas sejam
verdadeiras e a conclusão falsa.
Forma Lógica:
Forma Lógica:
P→Q
P
∴ Q
2.
Modus Tollens= Negação do
consequente
EXEMPLO:1º Premissa: “Se houver
injustiça então há guerras.2ª Premissa: Não há guerras.
Conclusão: Logo, não há injustiça”
Forma Lógica:
P→Q
¬Q
∴¬P
3.
Contraposição
(do condicional):EXEMPLO: “Se estamos
a aprender lógica então vamos fazer inferências. Logo, se não fazemos inferências
então não estudamos lógica.”
Forma lógica: (P→Q) ↔ (¬Q→¬P)
4.
Silogismo
Hipotético
EXEMPLO: “Se o Homem aranha é ficção (P) então não
existe(Q). Se não existe (Q)então é produto da imaginação(R). Se o Homem aranha
é ficção(P) então é produto da imaginação(R).”
Forma Lógica
P→Q
Q→R
∴P→R
5.
Silogismo
disjuntivo
EXEMPLO: “Batman está a lutar pela justiça ou a combater
Joker. Sei que não está a combater Joker. Logo, está a lutar pela justiça.”
Forma lógica
PVQ
¬Q
∴P
6.
Leis
de Morgan - Primeira Lei de Morgan
EXEMPLO: “ Não é verdade que Batman seja violento e
desordeiro = Batman não é violento ou não é desordeiro” LEI 1 : A negação de uma conjunção é
equivalente à negação das duas proposições de uma disjunção.
Forma Lógica: ¬ (P^Q) ↔(¬P V ¬Q)
Segunda Lei de Morgan: “É falso que sou um anjo ou um
demónio = não sou anjo e não sou demónio.”
Forma Lógica:¬(PVQ) ↔(¬P^¬Q)
____________________________________________________________________________________________________________________
INFERÊNCIAS INVÁLIDAS: FALÁCIAS; Falácias são formas de
inferência que não respeitam as leis da lógica apesar de parecerem construir
argumentos válidos. Uma falácia é uma forma de argumento inválido.
1.
Falácia
da afirmação do consequente : EXEMPLO: “Se somos
personagens imaginárias então não temos limites. Não temos limites, logo, somos
personagens imaginárias.”
Forma Lógica inválida:
P→Q
Q
∴P
2.
Falácia
da negação do antecedente: EXEMPLO: “Se formos
filósofos então não somos super-heróis. Não somos filósofos, logo, somos
super-heróis"
Forma Lógica inválida:
P→Q
¬ P
∴
¬ Q
EXERCÍCIOS:
1. Identifique a forma dos seguintes argumentos, indicando se são válidas ou inválidas: a) Se há divergência irreconciliável de opiniões, mesmo entre os entendidos nesse assunto, então nenhuma delas está suficientemente justificada. Seja qual for o assunto, há sempre divergência de opiniões, mesmo entre os entendidos nesse assunto. Logo, nenhuma opinião está justificada. b) Se Sartre tiver razão, temos livre-arbítrio. Mas não temos livre-arbítrio. Logo, Sartre não tem razão. c) Se há conhecimento, há crenças justificadas. Logo, se não há crenças justificadas, não há conhecimento. f) Se temos livre-arbítrio, Sartre tinha razão. Ora, Sartre tinha razão. Logo, temos livre-arbítrio. e) Se os animais não humanos sentem dor, são dignos de proteção moral. Mas os animais não humanos não sentem dor. Logo, não são dignos de proteção moral. f) A Carlota lê o Batman ou desenha. A Carlota não desenha, logo, lê o Batman. 2. Aplicando as leis de Morgan o que podemos inferir das seguintes proposições: “É mentira que a Manuela namore e o Paulo a tenha” deixado” e “ É falso que fique no desemprego ou tenha emigrar” 3. Construa um silogismo hipotético.
1. Identifique a forma dos seguintes argumentos, indicando se são válidas ou inválidas: a) Se há divergência irreconciliável de opiniões, mesmo entre os entendidos nesse assunto, então nenhuma delas está suficientemente justificada. Seja qual for o assunto, há sempre divergência de opiniões, mesmo entre os entendidos nesse assunto. Logo, nenhuma opinião está justificada. b) Se Sartre tiver razão, temos livre-arbítrio. Mas não temos livre-arbítrio. Logo, Sartre não tem razão. c) Se há conhecimento, há crenças justificadas. Logo, se não há crenças justificadas, não há conhecimento. f) Se temos livre-arbítrio, Sartre tinha razão. Ora, Sartre tinha razão. Logo, temos livre-arbítrio. e) Se os animais não humanos sentem dor, são dignos de proteção moral. Mas os animais não humanos não sentem dor. Logo, não são dignos de proteção moral. f) A Carlota lê o Batman ou desenha. A Carlota não desenha, logo, lê o Batman. 2. Aplicando as leis de Morgan o que podemos inferir das seguintes proposições: “É mentira que a Manuela namore e o Paulo a tenha” deixado” e “ É falso que fique no desemprego ou tenha emigrar” 3. Construa um silogismo hipotético.
_____________________________________________________________________________________________________
ARGUMENTOS
ESTUDADOS PELA LÓGICA INFORMAL – ARGUMENTOS SEM FORMA LÓGICA: Adequados à
discussão e conversação onde não há verdade mas maior ou menor probabilidade.
INDUTIVOS 2, POR ANALOGIA 3. AUTORIDADE QUALIFICADA.
REGRA PARA AVALIAR A VALIDADE DESTES ARGUMENTOS:
As premissas têm que ter informação suficiente e importante para retirar
determinada conclusão, tem de citar as fontes. A conclusão de um argumento
válido é provavelmente verdadeira.
EXEMPLO DE UM ARGUMENTO INDUTIVO: “ Todos os patos
observados até agora voam, logo, todos os patos voam” Numa indução, a partir de
uma amostra de casos particulares retira-se algo comum que se aplica a todos da
mesma classe, É UMA INDUÇÃO POR GENERALIZAÇÃO. Se todos os patos voam então o
próximo pato que ainda não observámos irá voar. PREVISÃO. Este tipo de
raciocínio serve-nos para reconhecermos e anteciparmos fenómenos do nosso
mundo. Sabemos que se há nuvens provavelmente vai chover. REGRA LÓGICA: A
CONCLUSÃO DESTES RACIOCÍNIOS É SEMPRE PROVÁVEL, apesar das premissas serem verdadeiras
ainda há a probabilidade da conclusão ser falsa. Para ser válido tem que ter
uma amostra ampla e representativa e não pode esconder contra-exemplos.
ANALOGIA:
É um argumento que faz uma comparação entre coisas diferentes para mostrar de
forma mais clara uma certa ideia. EXEMPLO: “A Terra é a nossa casa, por isso
não sujes a casa onde vives.” Pode haver falácias de falsa analogia que são
argumentos onde há muitos aspetos diferentes entre as coisas que são comparadas
e, por isso, a analogia não é válida. Uma analogia para ser válida tem que
utilizar exemplos que tenham semelhanças importantes para o que queremos
concluir.
AUTORIDADE
QUALIFICADA; Argumento que utiliza
uma autoridade no assunto para mostrar algo. EXEMPLO: “Segundo a ONU há
cerca de 40 milhões de pessoas que perderam a casa e não têm com que viver por
causa das guerras.” Para ser válido este argumento tem que citar as fontes e
estas têm que ser creditadas no assunto e não pode haver fontes com dados
contraditórios.
FALÁCIAS INFORMAIS: ARGUMENTOS LOGICAMENTE INVÁLIDOS
MAS QUE TÊM FORÇA PERSUASIVA
:
Autoridade não qualificada: “ Tom Cruise é bom ator e
um homem de sucesso, logo a Cientologia, religião de que é seguidor, deve ser
recomendável” Generalização apressada: Quando
não tens dados suficientes ou amostra ampla para poder tirar uma conclusão que
possa ser provavelmente verdadeira.
“Ad
Hominem” – Ataque ao homem.“Petição
de Princípio” –Raciocínio em círculos.“Boneco
de palha” – Ridicularizar e desprezar um dado argumento.“Bola de Neve” – Tirar conclusões
catastróficas de um argumento. “Apelo à
ignorância” serve-se da falta de provas sobre um assunto para concluir
algo.
EXERCÍCIOS:
1.Identifique
os seguintes argumentos e analise a sua validade:
a) 40% dos professores têm problemas de surdez por causa dos elevados níveis de ruído que, todos os dias suportam. Assim como os trabalhos com máquinas provocam problemas auditivos nos profissionais que com elas têm de operar elevado e continuado ruído. Logo. há certas profissões que causam invalidez precoce.
a) 40% dos professores têm problemas de surdez por causa dos elevados níveis de ruído que, todos os dias suportam. Assim como os trabalhos com máquinas provocam problemas auditivos nos profissionais que com elas têm de operar elevado e continuado ruído. Logo. há certas profissões que causam invalidez precoce.
b)” Colhe-se o que se semeia. Se plantarmos amoras, colhemos
amoras. Se plantarmos cebolas obtemos cebolas. Do mesmo modo quem semeia a
guerra não pode esperar obter paz, justiça e fraternidade.”
2. Identifique
as seguintes falácias: a)”Fred,
o australiano, roubou a minha carteira. Portanto, os Australianos são ladrões.” b) “Pedro disse que era mais
esperto do que João, mas não o provou. Portanto, isso deve ser falso.”. c) “Nunca deves jogar. Uma vez
que comeces a jogar verás que é difícil deixar o jogo. Em breve estarás a
deixar todo o teu dinheiro no jogo e, inclusivamente, pode acontecer que te
vires para o crime para suportar as tuas despesas e pagar as dívidas.” d)” Dado que não estou a
mentir, segue-se que estou a dizer a verdade.” e) “Florbela Espanca era uma mulher adúltera logo a sua obra não tem
qualquer valor artístico.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário