As teorias éticas
Há duas grandes classes de teorias éticas —
consequencialistas e deontológicas — que têm dado forma ao entendimento que a
maior parte das pessoas tem da ética. Os consequencialistas defendem que
devemos escolher a ação disponível que têm as melhores consequências globais,
ao passo que os deontologistas defendem que devemos agir de circunscritos por
regras e direitos morais e que estas regras ou direitos se definem (pelo menos
em parte) independentemente das consequências. (…)
O utilitarismo, a forma mais comum
de consequencialismo, tem uma resposta. Os utilitaristas afirmam que devemos
escolher a opção que maximiza “a maior felicidade para o maior número”.
Defendem igualmente a completa igualdade: “cada qual conta como um e não mais
de um”
As teorias deontológicas contrastam
na sua maior parte com as teorias consequencialistas. Ao passo que os
consequencialistas defendem que devemos sempre procurar promover as melhores
consequências, os deontologistas defendem que as nossas obrigações morais —
sejam elas quais forem — são de algum modo e em certo grau independentes das
consequências. Assim, se eu tenho a obrigação de não matar, roubar ou mentir,
estas obrigações estão justificadas não apenas porque seguir tais regras produz
sempre as melhores consequências.
É por isso que tantas pessoas acham
que as teorias deontológicas são tão atraentes. Por exemplo, a maior parte de
nós ficaria ofendida se alguém nos mentisse, ainda que essa mentira produzisse
a maior felicidade para o maior número. Eu ficaria sem dúvida ofendido se
alguém me matasse, ainda que a minha morte pudesse produzir a maior felicidade
para o maior número (usando os meus rins para salvar a vida de duas pessoas, o
meu coração para salvar uma terceira, etc.). Assim, o que há de errado ou certo
em mentir ou matar não pode ser explicado, defendem os deontologistas,
unicamente por causa das suas consequências. Claro que há muito desacordo entre
os deontologistas sobre quais regras são verdadeiras. Também discordam sobre
como se determina que regras são essas. Alguns deontologistas afirmam que a
razão abstrata nos mostra como devemos agir (Kant).
Teorias sobre a ética, Hugh LaFollette
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