segunda-feira, 7 de abril de 2025

sábado, 5 de abril de 2025

Texto para resumo Beatriz Melo 10A e Rodrigo Silva 10E

 


Kant acreditava que o que faz de nós seres humanos, ao contrário dos outros animais, é o fato de pensarmos reflexivamente sobre nossas escolhas. Seríamos como máquinas se não pudéssemos agir com uma intenção. Quase sempre faz sentido perguntar para um ser humano “Por que você fez isso?”. Nós não agimos somente por instinto, mas também baseados na razão. A forma de Kant dizer isso é em termos de “máximas” a partir das quais agimos. A máxima é apenas o princípio subjacente, a resposta à pergunta “Por que você fez isso?”

Kant acreditava que a máxima subjacente à nossa ação era o que realmente importava. Ele dizia que deveríamos agir somente sob as máximas universalizáveis. Para que algo seja universal, é preciso ser aplicado a todas as outras pessoas. Isso quer dizer que deveríamos fazer somente aquilo que fizesse sentido para todos os outros na mesma situação. Sempre pergunte a si mesmo: “E se todos fizessem isso?”. Não faça uma defesa própria. Kant acreditava que, na prática, isso significava que não deveríamos usar os outros, mas sim tratá-los com respeito, reconhecendo a autonomia das pessoas e sua capacidade como indivíduos de tomar, por conta própria, decisões pensadas. Essa reverência pela dignidade e pelo valor dos seres humanos individuais é o cerne da teoria moderna dos direitos humanos. É a grande contribuição de Kant para a filosofia moral.

É mais fácil entendermos a questão com um exemplo. Imagine que você tenha um comércio que venda frutas. Quando as pessoas compram suas frutas, você sempre as trata educadamente e devolve o troco correto. Talvez você faça isso por julgar que é bom para os negócios e que as pessoas voltarão para gastar mais dinheiro no seu comércio. Se essa é a única razão que o leva a devolver o troco correto, você está tratando as pessoas como um meio para obter o que quer. Kant acreditava que como não podemos sugerir que todas as pessoas tratem os outros dessa maneira, pois essa não era uma forma moral de comportamento. Entretanto, se você devolve o troco correto porque reconhece que é seu dever não enganar os outros, trata-se de uma ação moral, pois é baseada na máxima “Não engane os outros”, uma máxima que ele acreditava aplicar-se a todos os casos. Enganar as pessoas é uma forma de usá-las para obtermos o que queremos. Não pode ser um princípio moral. Se todo mundo enganasse a todos, não existiria confiança: ninguém acreditaria no que cada um diz.

Nigel Warburton, Breve história da Filosofia

(VER REGRAS DO RESUMO NA BARRA DE FERRAMENTAS DO LADO DIREITO)

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Texto para resumo Tiago Camarinha 10A e Natacha 10E

 


Sim, quando Kant descreve a lei moral, descreve a consciência humana. Não podemos provar o que a consciência diz, mas sabemo-lo. - Por vezes, sou muito simpático para com os outros simplesmente porque é vantajoso para mim. Desse modo, posso ser popular. - Mas quando és simpática para com os outros apenas para seres popular, não estás a agir de acordo com a lei moral. Talvez não estejas a observar a lei moral. Talvez estejas a agir numa espécie de acordo superficial com a lei moral - e isso já é alguma coisa -, mas uma ação moral tem de ser o resultado de uma superação de ti mesma. Só quando fazes algo porque achas ser teu “dever” seguir a lei moral é que podes falar de uma ação moral. Por isso, a ética de Kant é frequentemente chamada “ética do dever”.

- Eu posso achar ser meu dever juntar dinheiro para a Cruz Vermelha ou a Caritas. - Sim, e o importante é tu fazeres uma coisa porque a achas correta. Mesmo quando o dinheiro que tu juntaste se extravia ou nunca alimente as pessoas que devia alimentar, tu cumpriste a lei moral. Agiste com a atitude correta e, segundo Kant, a atitude é decisiva para podermos dizer que uma coisa é moralmente correta. Não são as consequências de uma ação que são decisivas. Por isso, também dizemos que a “ética de Kant é uma ética da boa vontade”.
 - Porque é que era tão importante para ele saber quando é que agimos por respeito à lei moral? Não é mais importante que aquilo que fazemos ajude os outros? - Sim, Kant concordaria, mas só quando sabemos que agimos por respeito à lei moral é que agimos em “liberdade”.
- Só obedecendo a uma lei é que agimos em liberdade? Isso não é estranho?
- Segundo Kant, não. Talvez ainda te lembres que ele "postulou" o livre arbítrio do homem. Esse é um ponto importante, porque Kant achava que todas as coisas seguem a lei da causalidade. Como é que podemos ter livre arbítrio assim?
-Não me perguntes.
 - Aqui, Kant divide o homem em duas partes, e nisso faz lembrar Descartes, que afirmava que o homem era um ser duplo visto que tem corpo e razão. Enquanto seres sensíveis, estamos completamente sujeitos às leis imutáveis da causalidade, segundo Kant. Não decidimos o que sentimos; as sensações surgem necessariamente e influenciam-nos, quer queiramos quer não. Mas o homem não é apenas um ser sensível. Somos também seres racionais. - Explica-me isso! - Enquanto seres sensíveis, pertencemos à ordem da natureza. Por isso estamos sujeitos à lei da causalidade. Deste ponto de vista, não temos livre arbítrio. Mas enquanto seres racionais, participamos no mundo "em si" – ou seja, no mundo independente das nossas sensações. Só quando seguimos a nossa "razão prática" - que nos possibilita fazer uma escolha moral -, temos livre arbítrio. Se obedecermos à lei moral, somos nós que fazemos a lei pela qual nos orientamos.
-Sim, isso está certo. Eu digo - ou alguma coisa em mim diz - que eu não devo ser má para os outros. - Se decides não ser má - mesmo quando ages contra o teu próprio interesse - então estás a agir livremente. - Pelo menos, não somos livres e autónomos quando seguimos apenas os nossos instintos. - Podemos fazer-nos escravos de tudo. Sim, podemos inclusivamente ser escravos do nosso próprio egoísmo. Para nos elevarmos acima dos nossos instintos e vícios é necessário autonomia - e liberdade.
- E quanto aos animais? Eles seguem só os seus instintos e necessidades. Não têm essa liberdade de seguir uma lei moral?

- Não, é justamente esta liberdade que nos torna seres humanos. - Estou a ver. “

Jostein Gaarder, “ O Mundo de Sofia” p.296/297

Texto para resumo Tomás 10A


Immanuel Kant estava interessado na questão de saber o que é uma acção moral. A resposta que deu tem sido muito importante para a filosofia. Nesta secção, esboçarei as suas características principais. Para Kant era óbvio que uma acção moral teria de ser executada por sentido do dever e não apenas como resultado de uma inclinação, de um sentimento ou da possibilidade de qualquer tipo de benefício para o seu autor. Assim, por exemplo, se eu doar dinheiro para ações de caridade por ter profundos sentimentos de compaixão pelos mais necessitados, a minha ação não será necessariamente moral, segundo Kant: se eu agir apenas em função dos meus sentimentos de compaixão e não em função de um sentido do dever, não terei agido moralmente. Se eu doar dinheiro para ações de caridade por pensar que isso irá aumentar a minha popularidade entre os meus amigos, não estarei, uma vez mais, a agir moralmente, mas em função do benefício em termos de estatuto social. 
Assim, para Kant a motivação de uma ação era muito mais importante do que a própria ação e as suas consequências. Ele pensava que, para saber se alguém está a agir moralmente ou não, temos de saber a intenção dessa pessoa. Não é suficiente saber apenas se o Bom Samaritano ajudou o homem que precisava de assistência. O samaritano poderia ter agido em função do seu interesse-próprio, com a expectativa de receber uma recompensa pelo seu incómodo. Ou então poderá tê-lo feito só porque sentiu uma ponta de compaixão: neste caso, a sua ação teria uma motivação emocional e não uma motivação baseada num sentido do dever. 
A maior parte dos filósofos morais concordaria com a ideia de Kant de que o interesse-próprio não é uma motivação própria para a ação moral. Mas muitos discordariam da sua ideia de que o facto de alguém sentir ou não uma emoção como a compaixão é irrelevante para a nossa avaliação das suas ações. 
Contudo, para Kant, a única motivação aceitável para a ação moral era o sentido do dever. Uma razão pela qual Kant se concentrou tanto nas motivações das ações, em vez de se concentrar nas suas consequências, foi o facto de acreditar que todas as pessoas podiam ser morais. 
Uma vez que só é razoável ser moralmente responsável por coisas sobre as quais se exerce algum controlo - ou, na formulação de Kant, uma vez que «o dever implica o poder» - e porque as consequências das ações estão muitas vezes fora do nosso controlo, estas consequências não podem ser cruciais para a moral. Por exemplo, se, ao agir em função do meu sentido do dever, eu tentar salvar uma criança que está a afogar-se, mas acabar por, acidentalmente, afogar a criança, pode ainda considerar-se que agi moralmente uma vez que os meus motivos eram do tipo apropriado: as consequências da minha ação teriam sido, neste caso, trágicas, mas irrelevantes no que respeita ao valor moral do que fiz. 
Analogamente, como não temos necessariamente um controlo completo sobre as nossas reações emocionais, estas também não podem ser essenciais para a moral. Se queremos uma moral acessível a todos os seres humanos conscientes, então, pensava Kant, a moral terá de apoiar-se na vontade e, sobretudo, no nosso sentido do dever. Kant descreveu a intenção que subjazem a qualquer acto humano como a máxima da ação. A máxima é o princípio geral subjacente à ação. Por exemplo, o Bom Samaritano poderia ter agido segundo a máxima «Ajuda sempre os que precisam se esperas ser recompensado pelo teu incómodo». Ou poderia ter agido segundo a máxima «Ajuda sempre os que precisam quando tens um sentimento de compaixão». Contudo, se o Bom Samaritano agisse moralmente, teria agido provavelmente segundo a máxima «ajuda sempre os que precisam porque é esse o teu dever»

Nigel Warburton, Elementos básicos de Filosofia

terça-feira, 1 de abril de 2025

Trabalhos de grupo

 


Temas problemas do mundo contemporâneo:

Os textos de referência para o trabalho estão no Teams ou na Logosfera, outros são de manuais colocados na reprografia.

Tema 1.

A pobreza como um problema moral. Será a pobreza um problema moral?

Grupo: 

Manual “A arte de pensar” Da página 169 à página 181 nos ficheiros do Teams

Ler e introduzir no trabalho os problemas, teses argumentos e conceitos principais. Partir do estudo de um caso de pobreza absoluta.

Apresentação com diapositivo - dia 29 de Abril

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Tema 2

Os problemas de género: A violência sobre as mulheres será um problema cultural?

Grupo: 

Partir de um estudo de um caso. Problematizar, desenvolver uma investigação, tomar posição fundamentada.

Apresentação dia 29 abril

Textos nos ficheiros do Teams

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TEMA 3.

O problema da morte assistida. Será eticamente correto legalizar a eutanásia?

Grupo: 

Partir de um estudo de um caso. Problematizar, desenvolver uma investigação, tomar posição fundamentada.

Apresentação com diapositivos dia 29 de Abril

Textos de referência nos Ficheiros do Teams  

 

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Tema 4.

O Terrorismo e o choque de culturas. O terrorismo será um problema religioso?

Grupo: 

Partir de um estudo de um caso. Problematizar, desenvolver uma investigação, tomar posição fundamentada.

Apresentação  dia 1 ou 2 de maio

Textos:  Capítulo 3 da obra de Slavoj Zizek, Violência - nos Ficheiros do Teams

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Tema 5.

O problema da guerra. Será a guerra justificável? A violação dos direitos humanos por causa da guerra.

Grupo: 

Partir de um estudo de um caso. Problematizar, desenvolver uma investigação, tomar posição fundamentada.

Apresentação dia 1 ou 2 de maio

Textos do manual de Filosofia”Agora”- pág.240 à pág. 260

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Tema 6.

Apresentação da obra de Fernando Savater "Ética para um jovem".

O que é a Ética? Como ser ético?

Grupo: 

 Resumir a obra.Apresentar os problemas que o livro coloca. comentar os textos.

Apresentação dia 6 de maio

Obra em livro “Ética para um jovem “ Fernando Savater

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Tema 7

Cidadania e participação política. Haverá casos em que é moralmente aceitável desobedecer à lei?

O caso de Rosa Parks.

Grupo:

Partir de um estudo de um caso. Problematizar, desenvolver uma investigação, tomar posição fundamentada.

Apresentação dia 6 de maio

Textos na reprografia.

Critérios de avaliação:

 Diapositivo: 

1. Saber selecionar informação relevante para o tratamento do tema. (30)

 2. Analisar corretamente os textos filosóficos e outros. (20)

 3. Fundamentar as posições apresentadas com bons argumentos (exemplos/factos ou razões) (30)

 4. Problematizar bem o tema levantando questões relacionadas e pertinentes que podem gerar debate. (20)

 5. Comunicação oral: mostrar uma boa assimilação da informação e um bom domínio do tema . Sem leitura. (100)

 Calendário:

Entrega de todos os trabalhos 28 abril (entrega dos diapositivos num ficheiro enviado por mail logosferas@gmail ou colocado no Teams).

Apresentação oral temas 1, 2 e 3 dia 29 de abril, temas 4 e 5 dia 1 ou 2 de maio; temas 6 e 7 dia 6 de maio.

Obrigatório trazer o trabalho numa pen no dia da apresentação.