terça-feira, 20 de outubro de 2009


Disciplinas centrais da Filosofia:

Metafísica: (Meta –prefixo que designa para além de e Physis significa natureza)

Que tipos de coisa existem?
Será tudo criação da nossa mente? Existirá realmente a coragem e a brancura?
Existem os Universais? Existe uma realidade diferente da realidade que percepcionamos? Existirá alguma coisa fora das nossas mentes? Terá o mundo um criador? Haverá um princípio? Uma razão para as leis do Universo? Haverá uma determinação prévia para tudo quanto existe ou há acaso? Haverá liberdade e livre- arbítrio?

Exemplo de um texto:


Isto explica também, creio eu, porque é que não podemos abandonar a nossa convicção de liberdade. Achamos fácil abandonar a convicção de que a Terra é plana logo que compreendemos a prova para a teoria heliocêntrica do sistema solar. Mas não podemos de modo semelhante abandonar a convicção de liberdade, porque esta convicção está inserida em toda a acção intencional normal e consciente. E usamos esta convicção para identificarmos e explicarmos as acções. Efectivamente não podemos agir de outra maneira senão com base na suposição da liberdade.

John Searle, Mente, Cérebro e Ciência (Lisboa, Ed.70, 1984).




ÉTICA – (Ética e Moral têm o mesmo significado. ETHOS , termo grego que significa Costumes, Carácter . Moral tem a sua origem etimológica no termo latino Mores, que também significa Costumes.)

METAÉTICA: Qual é a natureza dos juízos morais e qual a metodologia que lhes está subjacente? O que significa “BEM”? Porque razão devemos ser morais?

ÉTICA: Quais os princípios segundo os quais devemos viver?
O que faz uma acção ser boa ou má? As acções são boas por si ou em função das coisas que pretendem atingir? É defensável ser egoísta?
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“A falta de respeito na nossa sociedade tem uma causa simples: o respeito já não é ensinado. As crianças são encorajadas a pensar que estão em pé de igualdade com os seus pais, professores ou outras autoridades. Não são ensinadas a dirigir-se aos adultos correctamente ou a ter deferência pela sua opinião. A insolência raramente é punida e não é claramente conferido à insolência o estigma que ela merece. O parque infantil sem respeito conduz à comunidade adulta sem respeito. Isso vê-se especialmente na [televisão], onde os noticiários, os debates ou entrevistas são conduzidas sem deferência pelo conhecimento, cultura ou estatuto social das pessoas que neles intervêm. O objectivo de entrevistar uma figura pública não é o de obter instrução, mas o de a apanhar em falso; o propósito de discutir qualquer questão difícil não é o de resolvê-la, mas o de gerar uma interlocução acesa. Notas pessoais ou argumentos ad hominem são perfeitamente permissíveis e os títulos que conduzem normalmente ao respeito, como o conhecimento, competência e cargos importantes, são deliberadamente rebaixados a fim de os tornar risíveis.”
Roger Scruton,


Para alguns ser bom significará ser resignado e paciente, mas outros chamarão boa à pessoa empreendedora, original, que não se encolhe quando chega a hora de dizer o que pensa ainda que isso possa ferir alguém. Em países como a África do Sul, por exemplo, alguns considerarão bom o negro que não causa problemas e se conforma com o apartheid, ao passo que outros só chamarão bons aos apaniguados de Nelson Mandela. E sabes porque é que não é simples dizer quando é que um ser humano é "bom" e quando é que não o é? Porque não sabemos para que servem os seres humanos.
Fernando Savater, Ética para um jovem


Epistemologia – Teoria do Conhecimento (Episteme, termo grego que significa ciência, conhecimento + Logos, termo grego que significa verdade, discurso, razão)
Questões: Será que conhecemos alguma coisa? Como poderemos ter a certeza que o nosso conhecimento é verdadeiro? Será possível o conhecimento? O que é conhecer algo?

Poderá o conhecimento de que Deus existe fornecer a ponte necessária entre a experiência e a realidade -entre os nossos estados mentais subjectivos e o mundo exterior? Talvez. Mas só se soubermos que Deus existe. Muitas pessoas pensam que sabem que Deus existe. Mas podem estar enganadas -mesmo que Deus exista de facto. (...) a sua crença verdadeira pode não estar baseada em provas adequadas, mas antes em considerações irrelevantes. Para que uma crença seja conhecimento, tem não apenas de ser verdadeira mas também de satisfazer uma condição complementar. Um candidato plausível a tal condição é o facto de a crença ter de estar baseada em provas adequadas.

Daniel Kolak e Raymond Martin, Sabedoria sem respostas

(…) a indagação autêntica pressupõe que a verdade conta; que é verdade que há uma verdade naquilo que estamos a investigar, mesmo se acontece não conseguirmos encontrá-la. Talvez a próxima geração o consiga, ou duas, três ou dez mais adiante; ou apenas alguém mais apto do que nós. Porém, se a nossa indagação é uma indagação genuína e não apenas a um jogo arbitrário inconsequente é porque pensamos que há algo para encontrar. Gostamos de jogos, mas gostamos também da indagação genuína. É por isso que a verdade conta.
Ophelia Benson, Jeremy Stangroom, Why Truth Matters







“Os males do mundo devem-se tanto a deficiências morais quanto à falta de inteligência. Mas a humanidade não descobriu até agora qualquer método para erradicar as deficiências morais (…). A Inteligência, pelo contrário, é facilmente aperfeiçoada através de métodos que todos os educadores competentes conhecem. Logo, até que se descubra um método para ensinar a virtude, o progresso terá de ser alcançado através do aperfeiçoamento da Inteligência, e não da moral.”

Bertrand Russell


LÓGICA – A Lógica estuda a argumentação. Clarifica os termos e as expressões que utilizamos com sentidos ambíguos.

Texto de Lewis Carroll:

- Por quem passaste na estrada? – Continuou o Rei, estendendo a mão para o Mensageiro para lhe dar mais algum feno.
- Por ninguém – disse o Mensageiro.
- Exactamente – disse o Rei. – Esta rapariga também o viu. Portanto é certo que Ninguém anda mais devagar do que tu.
- Faço o meu melhor – disse o Mensageiro num tom mal-humorado. - Tenho a certeza de que ninguém anda muito mais depressa do que eu!
- Ele não o pode fazer – disse o Rei -, senão teria chegado cá primeiro.

Princípios lógicos:

IDENTIDADE: Cada coisa é o que é.
NÃO CONTRADIÇÃO: Cada coisa é o que é. Não pode ser o que é e não ser simultaneamente.
TERCEIRO EXCLUÌDO: Uma coisa ou é ou não é, não há terceira hipótese.

ESTÉTICA: TEM origem no termo grego Eisthesis, sensação.

O que é a Beleza? Qual o valor de um juízo de gosto? Os Juízos de Gosto são Subjectivos ou Objectivos? Qual o valor da Arte? Como avaliar o que é Arte e o que não é Arte? Poderá a Arte ser imoral?

“Quer suscite contemplação, quer induza o desejo, a beleza humana é vista em termos pessoais. Ela reside especialmente naqueles traços – a face, os olhos, os lábios, as mãos – que atraem o nosso olhar no curso das relações pessoais, através das quais nos relacionamos entre nós, eu a eu. Apesar das modas no que toca à beleza humana, e apesar de o corpo ser embelezado de diferentes maneiras em diferentes culturas, os olhos, a boca e as mãos têm um poder de atracção universal, pois é por estes traços que a alma do outro brilha para nós e se deixa conhecer.

Roger Scruton, Beauty

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